Morre Carlos Lyra, compositor de bossa nova, aos 90 anos; artistas lamentam

Lyra foi parceiro de Vinicius de Moraes, com quem escreveu clássicos como "Coisa Mais Linda", sucesso na voz de João Gilberto. A música virou, inclusive, nome de uma série da Netflix que se passa nos anos 1950, mesma década da composição.

As composições do carioca foram sucesso desde o início, com cantoras como Maysa. A primeira letra do artista, "Quando chegares", já ganhou o mundo na voz da estrela.

"Mestre amado": famosos lamentam morte

Lucio Mauro Filho homenageou Lyra nas redes soiciais. "Segue em paz, mestre amado", escreveu na página oficial do compositor.

Otto comentou na publicação que anunciou o falecimento. "Muito obrigado e luz", desejou o cantor.

"Todo o carinho e nossos sentimentos aos familiares. Família Moraes". Representantes da obra de Vinicius, que foi um grande parceiro musical de Lyra, publicaram.

Maria Beltrão, apresentadora do "É de Casa", se emocionou com a notícia da morte exibida ao vivo na Globo. Ao ouvir a notícia, ela destacou as qualidades do compositor, que conheceu pessoalmente.

Me abala pessoalmente porque eu tive a chance de conviver socialmente com Carlos Lyra. Estive com ele algumas vezes. Com ele a a mulher dele, a Magda, a quem eu deixo um beijo, o meu carinho, o meu amor. E quando eu conheci eu falei: 'Carlinhos, eu cantava Lobo Bobo com o meu pai sempre'. E dei um abraço nele. Ele sempre foi muito simpático, foi inesquecível esse contato com ele. Eu deixo todo o meu amor à família
Maria Beltrão durante o programa 'É de Casa'

Criação da bossa nova: entrevista de Carlos Lyra ao The Guardian

Carlos Lyra contou, em entrevista ao The Guardian, que a bossa nova surgiu em encontros com João Gilberto. O artista relatou ao jornal britânico que a ideia surgiu em bar de Copacabana onde frequentavam para ouvir o pianista Johnny Alf, uma das maiores inspirações do estilo.

Lyra e João ainda viveram um tempo no México antes de voltar ao Brasil e consolidar suas criações. Eles faziam reuniões com Nara Leão, Roberto Menescal e músicos já veteranos como Antônio Carlos Jobim e o próprio Vinicius de Moraes.

"Eu só percebi que nós estávamos fazendo algo que merecia atenção quando tocamos em Nova York para os nossos ídolos", contou Lyra em entrevista ao britânico The Guardian, lembrando o show dos expoentes da Bossa Nova no Carnegie Hall, em 1962, repleto de estrelas do jazz na plateia.