Festivais de médio porte prometem conforto em 2024; grandes fazem silêncio
Após os inúmeros problemas que o público sentiu - e reclamou - em relação aos festivais de 2023, ao menos os eventos de médio porte (para plateias em torno de 15 mil pessoas) afirmam que os fãs não passarão perrengue nas edições de 2024.
Conforto, por exemplo, é prioridade no C6 Fest, conta a produtora Monique Gardenberg, da Dueto, realizadora do festival. Assim como em 2023, a expectativa é de não ter muvuca na edição do ano que vem. "Não corre nenhum risco disso acontecer. Sempre trabalhamos com um número abaixo da lotação, para o público ter conforto. Essa preocupação é prioritária", diz a Splash.
O C6 do ano que vem também entra na questão da água gratuita, tema que tomou conta do showbusiness após uma fã morrer durante show de Taylor Swift no Rio de Janeiro. Distribuir água de graça para o público virou lei, e Monique analisa que isso é algo "extremamente justo e que todas as organizações, e me coloco dentro, já deveriam ter pensado nisso". Ela diz que "é importante essa nova visão para a pessoa não ter que passar o perrengue de enfrentar fila ou comprar água por um valor alto".
A produtora lembra, porém, que o C6 é em maio, quando a temperatura já começa a baixar. Então outra preocupação pode ser dar agasalho ao público. "No ano passado, a MetLife deu umas mantinhas para as pessoas que passavam pelo estande. Vamos incentivar esse tipo de coisa, porque são muitas horas e você fica ali no sereno."
Outro festival desse porte que promete mais conforto para o público é o Summer Breeze, em abril, este mais voltado ao hard rock e o metal. "Para 2024, teremos melhoras na parte de circulação dos palcos gêmeos Hot e Ice para o Palco Sun, e vice-versa. Também estamos aprimorando a estrutura para as pessoas com mobilidade reduzida", anuncia Claudio Vicentin, manager do evento.
"Existe também um trabalho sendo feito para uma melhor localização e qualidade dos banheiros, e a qualidade sonora do festival também será reforçada na próxima edição", continua Vicentin.
Ele lembra que o Summer Breeze teve estações de água gratuita já em 2023, e que isso será repetido em 2024. "E será permitida a entrada do público com 1 garrafa de água em embalagem adequada."
Outra questão muito cobrada pelo público é a segurança, que no caso do Summer Breeze já foi pensada a partir da localização do festival, realizado no Memorial da América Latina. "É um lugar ótimo para a chegada e a volta para casa. A estação do metrô Barra Funda chega praticamente dentro do local, o terminal de ônibus fica ao lado. Tem estacionamentos próximos. É uma área da cidade de fácil acesso", diz Vicentin.
"Vale ressaltar que, esse ano, não tivemos nenhuma ocorrência de segurança na chegada, saída ou internamente durante o festival", completa o manager do Summer Breeze.
E os grandões?
Já em relação aos grandes festivais, que costumam gerar mais reclamações do público, melhorias nas questões de conforto e segurança são incógnitas. Nenhuma das produtoras dos festivais "problemáticos" quis falar. A Rock World, que produz o Rock in Rio, chegou a atender a reportagem e perguntar quais temas seriam abordados, porém, mais tarde disse que não participaria devido à falta de disponibilidade dos porta-vozes do Rock in Rio.
A 30e, do Mita (edição de 2024 ainda não confirmada), disse, via sua assessoria, que os diretores não estavam dando entrevistas. A Rock World, do Rock in Rio, também passará a realizar o Lollapalooza, em 2024, e, acionada, outra divisão de comunicação da empresa, voltada para o Lolla, nem mesmo respondeu.
Também ficou em silêncio a Time For Fun, que fez a edição mais recente do Primavera Sound e assumiu o festival por dez anos.
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