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'Não consegue ser feliz': como é Overman, herói desempregado de Laerte?

De Splash, em São Paulo

20/12/2023 04h00Atualizada em 20/12/2023 10h55

Criado por Laerte em 1998, o super-herói Overman está sendo adaptado pela Migdal Filmes em coprodução com a Star Original Productions e chega aos cinemas em 2024. Caco Ciocler, que interpreta o protagonista na trama, contou a Splash como é o herói, durante a CCXP 23.

Um macho brasileiro levado às últimas consequências. É um super-herói do imaginário masculino, 'over', com super-força, que voa. Mas em uma realidade brasileira. Ele não tem um supervilão à sua altura, é desempregado, recebe pedidos de ajuda num pedaço de cortiça.
Caco Ciocler

O herói simplório busca desesperadamente encontrar um propósito em meio à realidade estressante da burocracia, dívidas e crises existenciais, até que lhe é oferecido um emprego na Secretaria da Segurança Pública pelo governador, vivido por Otávio Müller.

Gente como a gente, Overman é cheio de inseguranças e faz até terapia. "Ele não consegue ser feliz. E como não tem um supervilão para se preocupar, fica tentando se entender e encontrar a felicidade", brinca Ciocler.

Caco Ciocler se fantasia de Overman na CCXP 23 Imagem: Natalia Rampinelli / Agnews

Batman brasileiro?

Overman tem um ídolo dos quadrinhos norte-americanos: o Batman. Durante painel na CCXP 23, o elenco definiu Overman como a versão "pobre" do herói. E como um bom fã, o personagem quer ser igual ao ídolo, mas seu contexto o impede. "Ele queria ser reconhecido como o Batman, ser soturno como o Batman, só que ele é brasileiro", explica Caco.

Assim como o vigilante, o personagem tem uma dupla, a Mulher Cachorro (Karina Ramil). "O Batman tem a Mulher-Gato e o Robin. Então, de repente, inventam a Mulher Cachorro para o Overman, e ele fica meio puto, porque quer o protagonismo todo para si."

Karina Ramil conta a Splash que acredita que já ter passado da hora de existir um herói brasileiro. "A gente sempre é influenciado por vários super-heróis de outros lugares. Nada seria mais justo do que ter o nosso próprio herói, e com um personagem tão carismático, que tem tudo a ver com o brasileiro."

"É uma iniciativa corajosa e necessária da Laerte de experimentar esse mercado, com nosso humor de autorreferência, de conseguir rir de si próprio, de localizar esse herói mesmo no Brasil. Ele com certeza assistiu e se inspirou nos filmes americanos, mas a realidade é totalmente diferente", completa Caco.

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