Paola Carosella vê Argentina 'destruída' e afirma: 'Voltar, nunca mais'

Paola Carosella é a convidada do terceiro episódio de Alt Tabet, programa de Antonio Tabet que vai ao ar às quartas-feiras, no Canal UOL e no YouTube do UOL. A ex-jurada do MasterChef Brasil, que vive no país há mais de 20 anos, fala sobre a burocracia que enfrentou para se naturalizar brasileira e relembra a emoção de votar pela primeira vez no Brasil, em outubro do ano passado.

Ela também compartilha uma experiência traumática que viveu em viagem recente para Buenos Aires —que pode ter sido sua última à cidade —, reage ao boato de que substituiria Ana Maria Braga a partir de 2024 e fala da vida amorosa.

Relação com Argentina

No Brasil há mais de 20 anos, a argentina que se naturalizou brasileira diz que até hoje ainda escuta o questionamento "por que você não vai embora daqui?". Mas o que a surpreendeu foi ouvir um comentário semelhante de um argentino, em uma viagem que ela fez para Buenos Aires neste ano: "Fui para Buenos Aires porque meu namorado estava super empolgado para conhecer lá, e eu tive uma experiência horrível, não quero voltar nunca mais".

A fala veio de um taxista de posição política "mais inclinada à direita", com quem ela estava discutindo a tributação de grandes fortunas —Paola era a favor, enquanto o motorista se mostrou contra a medida. "Aí o cara começou a falar 'mas também, se você achava que as coisas tinham que ser melhores aqui, por que você foi embora?'", relembra, acrescentando que o taxista deixou o casal no lugar errado e a cidade, que ela não visitava há cinco anos, aparentou estar "destruída".

Senti a Argentina absolutamente desconectada de uma verdade, carente de uma raiz, o país que eu lembrava —ou talvez, nunca existiu—, cheguei lá e me pareceu muito pequeno, e muito destruído. Não destruída a cidade, que é lindíssima, mas o ser argentino completamente desmantelado, sem uma identidade. E não me deu mais vontade de voltar, me deixou triste. Paola Carosella

Admiração por Ana Maria Braga e sexualidade

Paola também reagiu aos boatos de que irá substituir Ana Maria Braga no Mais Você, a partir de 2024. O rumor surgiu no início deste ano, quando ela apareceu no programa matinal da colega de profissão, da qual diz ser fã. "É impossível substituir Ana Maria Braga", afirma a atual apresentadora do programa Alma de Cozinheira, do GNT.

"Tenho uma teoria de que inventaram isso porque é tão revoltante que tenha uma argentina para substituir a Ana Maria Braga, que com certeza ia dar ibope", brinca.

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O assunto surge depois que Tabet lê o comentário de um usuário do X (antigo Twitter), que questiona se Paola estaria disposta a "entrevistar os estrupícios" eliminados no BBB, como faz Ana Maria Braga. "Eu me divertiria entrevistando estrupícios", brinca a chef.

Não me vejo substituindo a Ana Maria Braga, porque não vejo ninguém substituindo a Ana Maria Braga. Paola Carosella

Respondendo à pergunta de outro usuário que questionou se a cozinheira é bissexual, Paola afirma que é hétero e não está solteira — namora há quase um ano e meio. "Lembro, depois que eu me separei, que eu estava solteira, depois de tentativas muito frustradas com homens, eu falei 'que saco ser tão hétero'. Mas eu sou espantosamente hétero", diz.

Emoção ao votar pela 1ª vez no Brasil

A cozinheira também conta que seu processo de naturalização foi muito longo, especialmente porque, quando ela chegou ao país, em 2001, ainda não existia o Acordo de Residência Mercosul —que prevê que todo argentino pode estabelecer residência no Brasil, independentemente de estar em situação migratória regular ou irregular. "Todo o processo burocrático para você poder ser alguém nesse país é difícil".

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Mesmo com a residência e o RG, porém, a chef de cozinha diz que ainda não se sente "definitivamente brasileira". "Talvez seria um pouco arrogante da minha parte", diz ela.

Uma sensação inédita de pertencimento, porém, surgiu quando ela votou nas eleições presidenciais de 2022: "Quando fui votar pela primeira vez, foi emocionante pra caramba, tipo 'ok, agora eu pertenço'. Não sou brasileira, mas eu sinto que pertenço".

Questionada por Tabet se prefere urna eletrônica ou papel e caneta, Paola não pensa duas vezes para responder: "Urna eletrônica", diz ela, acrescentando que o som que a urna faz ao computar o voto "dá um tesão".

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