Discípulo de Tarantino, diretor de filmes ultraviolentos revela limite

Eli Roth é conhecido pelo uso exacerbado da violência. Em sua filmografia, títulos como "O Albergue" chamam a atenção por mostrar, sem pudor, cenas de mutilações, mortes e tortura. Discípulos de Quentin Tarantino, os dois já foram comparados diversas vezes. Roth, inclusive, atuou em "Bastardos Inglórios".

"Feriado Sangrento", seu novo longa, já está em exibição nos cinemas e, como era de se esperar, entrega sequências perturbadoras para o público mais sensível. A produção acompanha um assassino que se vinga de mortes que aconteceram durante uma promoção de Black Friday.

Há um personagem, porém, poupado por este criminoso mascarado: o gato de uma das vítimas. Em entrevista para Splash, o diretor revela que animais em filmes é o seu limite e é contra qualquer tipo de violência contra bichos em tela.

Isso me deixa louco em um filme. Quando alguém tem um bicho de estimação e acaba morrendo no longa, não posso apreciar o filme, mesmo que eu saiba que é falso. Preciso saber quem vai alimentá-lo. Me pergunto: 'O que acontece com o cachorro? O que acontece com o gato?' Isso me tortura. O filme inteiro é arruinado, até que alguém me explique o que acontece. Eli Roth

Roth faz um alerta para os fãs brasileiros sobre preservação da natureza. "Por favor, proteja os tubarões, não matem tubarões, não peguem tubarões, não comam tubarões, Brasil, proteja seus tubarões, nós precisamos, não os venda para a China." Este posicionamento é o mesmo que seu mestre, Tarantino. Em junho deste ano, o diretor classificou morte de animais o seu limite e diz não ultrapassá-lo.

Eli Roth é diretor de 'Feriado Sangrento'
Eli Roth é diretor de 'Feriado Sangrento' Imagem: Divulgação

Sobre "Feriado Sangrento", Roth explica como o capitalismo atua como um dos vilões. "É uma combinação de coisas: é o capitalismo, é a ganância. É o pânico cego para comprar algo. A razão pela qual as vendas estão tão loucas é porque os poucos ricos não estão pagando o suficiente dinheiro para todos."

Ninguém está fazendo dinheiro mais. Os pobres têm que competir em jogos de gladiadores doces só para conseguir presentes. É a única maneira de obter todos os presentes de Natal para seus filhos. Então, há muitas coisas que são o verdadeiro assassino.

O ator Patrick Dempsey foi considerado o mais sexy do mundo em 2023
O ator Patrick Dempsey foi considerado o mais sexy do mundo em 2023 Imagem: Reuters
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Eli Roth não aproveita as promoções para fazer compras. "Nunca vou às vendas na Black Friday. Nunca, eu fico longe delas."

O elenco conta com Patrick Dempsey, considerado recentemente o homem mais sexy do mundo. "Ele é o melhor, eu o amo. Ele é muito sexy, tenho que colocar óculos especiais, para filtrar a 'sexinesse' dele e fazê-lo parecer mais feio e menos sexy, porque é muito assustador."

2 comentários

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Cleibsom Carlos Alves Cabral

Os tempos modernos são loucos mesmo!!!!Pode-se matar seres humanos aos montes, mas um gato, um cachorro ou um passarinho, não!!!!Chega-se ao cúmulo da pena aplicada ser maior para quem derruba uma árvore do que para quem assassina uma pessoa!!!Será que o louco sou eu?

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Júlio Pereira

Ou o jornalista não viu o filme ou teve receio de dizer que é uma das piores coisas que o cinema ( que tem produzido muita coisa ruim), produziu. A ideia é boa ( a questão do capitalismo selvagem é verossímil e poderia dar densidade a obra) . O roteiro , apesar de abusar dos clíches que transformam esse tipo de produção em sucesso entre os jovens e o público do Datena, é bom ( a cena iniial, nas mãos de um diretor minimamente talentoso, teria rendido muito), O elenco é charmoso... mas a direção transforma tudo isso em nada. Não há emoção, não há susto, não há medo, não, não suspense, não há final impactante. Chamar esse diretor de discípulo de Tarantino é, no mínimo banalizar o tema. O filme é chato! Não há nada nele que segure o espectador diante da tela. Parece obra de estudante de cinema  brasileiro sem talento e sem dinheiro... 

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