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Sotaque baiano, eleições: 7 curiosidades da vida de Carosella no Brasil

Paola Carosella no Alt Tabet Imagem: Mariana Pekin/UOL

De Splash, em São Paulo

23/12/2023 04h00Atualizada em 23/12/2023 16h13

Há 20 anos no Brasil, Paola Carosella construiu uma carreira que inclui administração de dois restaurantes e uma participação ativa no debate público sobre alimentação. Ex-jurada do MasterChef Brasil, Paola ganhou uma legião de fãs e acumula hoje mais de 5 milhões de seguidores nas redes sociais.

A argentina se naturalizou brasileira, mas diz que até hoje ainda escuta o questionamento "por que você não vai embora daqui?". Em recente entrevista ao Alt Tabet, programa de Antonio Tabet no Canal UOL, ela disse que, após a última visita a Buenos Aires, sentiu uma desilusão com o país.

Senti a Argentina absolutamente desconectada de uma verdade, carente de uma raiz, o país que eu lembrava —ou talvez, nunca existiu—, cheguei lá e me pareceu muito pequeno, e muito destruído. Não destruída a cidade, que é lindíssima, mas o ser argentino completamente desmantelado, sem uma identidade. E não me deu mais vontade de voltar, me deixou triste. Paola Carosella

Confira 7 curiosidades sobre a vinda de Paola para o Brasil:

Paola é filha de imigrantes italianos. Ela passou a infância em Morón, cidade a 17 km da capital argentina. Ela se mudou para Buenos Aires com a mãe mais tarde, após o divórcio dos pais.

Meu pai [Roberto Carosella] era maníaco-depressivo e foi difícil para minha mãe manter o casamento. Como ainda não existia divórcio legal na Argentina, meu avô deu uma grana para ela comprar um apartamento em Buenos Aires para viver comigo. Só revi meu pai três anos depois, quando já estava internado em um hospital psiquiátrico.
Paola Carosella em entrevista a Marie Claire, em 2016

Ela se mudou para o Brasil por uma proposta de trabalho de um chef argentino. Francis Mallmann, que era chefe dela em Buenos Aires, abriu o restaurante Figueira Rubaiyat no Brasil e convidou ela para trabalhar com ele.

Minha vida virou de cabeça para baixo! Sem falar português, chefiava uma cozinha que atendia 1.500 clientes diariamente.
Paola Carosella em entrevista a Marie Claire em 2016

Foi por pouco que Paola não perdeu todo o dinheiro. Na época que trabalhava em São Paulo, Paola tinha recebido uma herança de US$ 170 mil da mãe, que havia morrido há pouco tempo. O dinheiro estava em um banco de Buenos Aires. Quando um gerente telefonou para orientá-la a aplicar a quantia em um fundo, um amigo a aconselhou a tirar o dinheiro de lá.

Ele me mandou tirar imediatamente a grana de lá. Mandei tudo o que eu tinha para os Estados Unidos. Um dia antes do Corralito [conjunto de medidas econômicas para impedir retirada de dinheiro das contas-correntes]. Você imagina, eu perderia todo o dinheiro!
Paola Carosella em entrevista ao Globo, em 2015

Ela aprendeu português com sotaque baiano. Quando veio ao Brasil, Paola trabalhava com outros cozinheiros que vinham da Bahia e aprendeu a falar o idioma com eles.

E eu falo que aprendi 'baianês' antes de português. As pessoas que estavam na cozinha eram todas baianas e eu amo. Quando saía para jantar e, no restaurante, perguntavam se tinha reserva, eu falava: 'tem não' (com sotaque).
Paola Carosella em entrevista ao Altas Horas, em 2021

Paola já foi convidada para posar nua para a Playboy. A chef, no entanto, recusou.

Não sei se me sentiria confortável de andar no salão e me falarem: 'ah, te vi na Playboy'. Não sei, não combinava muito comigo.
Paola Carosella em entrevista ao Café com Jornal, em 2014

Ela se sentiu perdida no começo do Masterchef Brasil, em 2014. O programa, no qual ela trabalhou como jurada, fez com que ela ganhasse ainda mais popularidade no país.

Sofri muito no primeiro ano porque eu não sabia o que estava fazendo e tinha um alinhamento da direção. Nós tínhamos que ser duros, rígidos, a postura do chef. Eu não estava [feliz] porque não estava entendendo que o que estava ali no palco era e tinha que ser um personagem.
Paola Carosella em entrevista ao videocast Desculpa Alguma Coisa, do UOL

A primeira vez que participou das eleições no Brasil foi no ano passado. Quando chegou ao país, ainda não existia o Acordo de Residência Mercosul —que prevê que todo argentino pode estabelecer residência no Brasil, independentemente de estar em situação migratória regular ou irregular. Assim, seu processo de naturalização foi longo.

Quando fui votar pela primeira vez, foi emocionante pra caramba, tipo 'ok, agora eu pertenço'. Não sou brasileira, mas eu sinto que pertenço.
Paola Carosella em entrevista ao Alt Tabet, programa de Antonio Tabet, no UOL

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