Infecção bacteriana: como é a doença que Claudia Alencar enfrenta?

A atriz Claudia Alencar, 73, está internada em estado grave após ser diagnosticada com uma infecção bacteriana. Ela está internada na Clínica São Vicente, no Rio de Janeiro, desde o último domingo (17).

Infelizmente, a situação é grave. Minha mãe está internada desde domingo com uma infecção bacteriana barra pesada. Tá difícil, mas ela é muito guerreira.
Yann Hatchuel, filho de Claudia, a Splash

Atriz passa por uma cirurgia na coluna neste domingo (24). "Será feita uma análise da secreção para saber qual é a bactéria", disse a equipe da famosa.

O que é infecção bacteriana?

As bactérias são organismos que estão presentes em todos os lugares. Elas estão até mesmo no nosso próprio corpo, como no intestino, onde atuam na proteção.

O contato com algumas delas pode causar doenças. Seja pela água, pelos alimentos, objetos contaminado ou secreções. Algumas infecções são mais fáceis de tratar e outras requerem cuidado maior, como botulismo, cólera, febre maculosa ou tuberculose.

O diagnóstico é sempre feito com acompanhamento médico. Exames de sangue, de urina ou de fezes, por exemplo, podem ser solicitados para confirmar a doença. No caso de Claudia Alencar, será feita uma análise para saber qual a bactéria está causando a infecção —e, a partir de então, direcionar o tratamento.

Um tipo de bactéria no corpo da atriz já foi identificado. A assessoria confirmou que os médicos apontaram para a presença de Staphylococcus aureus, uma bactéria relativamente comum, que está presente no ambiente e em portadores assintomáticos. Cerca de 30% das pessoas saudáveis carregam a bactéria nas narinas e 20% na superfície da pele. Antigamente, a bactéria era vista como um organismo proveniente apenas de infecções hospitalares.

Risco de morte tende a ser baixo. No entanto, pessoas com a imunidade comprometida têm maior risco, como crianças, idosos e indivíduos debilitados ou que estão internados, usando cateter ou sonda.

Como tratar?

As doenças causadas por bactérias, de uma maneira geral, são tratadas com o uso de antibióticos. Eles são compostos responsáveis por desencadear a morte ou inibir o crescimento desses micro-organismos. O uso do antibiótico leva inicialmente à redução da população daquelas bactérias mais frágeis, que são mais facilmente eliminadas.

Tratamento incorreto ou doses inadequadas podem gerar problemas. Caso o paciente interrompa o uso antes do período adequado, bactérias mais resistentes, que ainda não foram eliminadas, permanecem no organismo, reproduzem-se e passam sua característica para as descendentes.

Isso provoca a chamada resistência bacteriana. Os micro-organismos conseguem se adaptar e se tornar refratários ao tratamento com antibióticos, dando origem a bactérias mais difíceis de combater.

Algumas cepas da Staphylococcus aureus desenvolveram resistências a antibióticos. Isso pode dificultar o tratamento em alguns casos. Para se ter uma ideia, dados da Vigilância Nacional de Infecções Hospitalares dos EUA (NNIS, na sigla em inglês) mostram que, desde 1999, a proporção das resistentes à meticilina ultrapassa 50% entre os pacientes em UTI. No Brasil, este índice varia entre 40% e 80%.

*Com informações de reportagens publicadas em 05/04/2019, 12/09/2019 e 16/06/2023