Pedro Cardoso rebate seguidor após polêmica com Beyonce: 'Não sou branco'
O ator Pedro Cardoso rebateu um comentário no Instagram após polemizar ao comparar as carreiras das cantoras Tracy Chapman, que emplacou inúmeros sucessos nos anos 1980 e 1990, e Beyoncé, diva pop do momento.
O que aconteceu
No texto publicado no Instagram, o ator argumenta sobre a razão das "Beyoncé" serem mais conhecidas que as "Chapman" — cantora estadunidense de folk, blues, soul e pop rock, vencedora de 4 prêmios Grammy Awards.
Um seguidor rebateu. "Pedro, dá tempo de apagar. Porque você tá falando de uma das artistas mais reservadas do mundo (Beyoncé), com menos polêmica. E, assim, achei de péssimo tom um cara branco colocar duas mulheres pretas nessa posição comparativa".
O ator, então, rebateu o comentário. "'Um cara branco'? Quem é 'um cara branco' aqui? Eu? Não sou branco, nem cara. O que é ser branco? A cor da pele ou a ideologia? Para mim, sobre o que eu falo, o fenótipo é irrelevante", escreveu o ator.
Ele prosseguiu dizendo que a comparação poderia ser entre Marisa Monte, Luisa Sonza, Rita Lee ou Madonna (cantoras brancas). "A obsessão com a questão tão relevante dos ecos da escravidão no presente é sua; e ela te interdita o pensamento de aspectos da realidade onde ela não é dominante."
Para ele, deve-se ao fato de artistas como Beyoncé, além de sua arte, também venderem a sua vida pessoal. Segundo ele, hoje, "há mais consumo de biografia espetacularizada de artistas do que de arte."
Os jornais noticiam como fatos da cultura os namoros, os negócios, os treinos, os crimes etc e, principalmente, a vida sexual dos ditos 'famosos'.
Pedro Cardoso
Ele argumenta, ainda, que pouco se fala de arte, até porque os "artistas inventados pela indústria de biografias espetaculares" produzem pouca arte, mas sim escândalos íntimos inventados. Ele afirma não gostar nem desgostar de Beyoncé, mas saber de sua vida sem que procure, porque as fofocas chegam até ele, diferente de informações sobre a vida de Chapman.
Para fazer o sucesso comercial tal qual o de Beyoncé, é preciso um empenho de promoção tão milionário quanto os milhões que se quer ganhar. A arte não se presta ao comércio tanto quanto bem mais se presta a vida sexual dos artistas. Sexo vende-se mais facilmente que poesia. Mas a demanda por fofoca sexual, há. Mas, além de haver, é, e muito, estimulada a ser insaciável.
Pedro Cardoso
Ele critica o "comércio ganancioso que não apenas atende a uma demanda psicológica natural [a busca por saber da vida pessoal dos outros], mas a super excita artificialmente fabricando contos de fadas sexuais exuberantes de famosos". Para ele, dessa forma, a arte se torna um adorno secundário da vida pessoal dos artistas.
A indústria que vende biografias íntimas de artistas é tão rica hoje que ela mesma produz os artistas sem arte que explora. E os artistas autênticos, e suas artes, circulam menos pelo planeta. Sem vender a vida, "Beyonces" não venderiam tanto.
Pedro Cardoso
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