Mentira, corrupção, traições: por que ex-pastora do OnlyFans deixou igreja?
Ana Akiva, 36, foi pastora de uma igreja evangélica em São José dos Campos (SP) por quatro anos e, hoje, vende conteúdo adulto nas plataformas Privacy e OnlyFans.
Ex-pastora do OnlyFans deixou igreja
É muita corrupção, mentira e adultério. Quando eu cheguei na igreja não imaginava encontrar pessoas perfeitas, mas que pelo menos que pudessem se respeitar.
Ana Akiva
Ex-pastora deu exemplo de corrupção na igreja. "Tem aquela pessoa que está controlando o caixa e diz que a oferta deu R$ 400, mas, na verdade, deu R$ 500 e ela fica com o restante. [...] As pessoas acham que muitos pregadores famosos são santos, mas só estão ali pelo dinheiro. [...] O que mais me irrita é a hipocrisia."
Ela decidiu frequentar igreja após participar do Miss Bumbum e desfilar como musa da Acadêmicos do Tucuruvi em 2015. "Eles têm um poder grande de persuasão. Fui convencida de que estava cometendo um dos maiores pecados do mundo: mostrar o meu corpo e me expor. Fui parando e deixando trabalhos aos poucos."
Ana passou a vender conteúdo adulto por questões financeiras. "Sou uma mulher muito vaidosa, gosto de coisas boas. Viajar, comer no melhor restaurante, vestir uma boa roupa, por exemplo. Para o meu namorado me manter só com o salário dele, acho que não funcionaria. Gasto quase R$ 10 mil só o meu cabelo, mas não consigo ir ao salão todo mês."
Ex-pastora também deixou redes sociais quando se dedicou à igreja. "Na época, meu Instagram estava com quase 100 mil seguidores. Era muita gente. Apaguei tudo, deletei tudo. Pensei: 'Quero apenas servir a Deus. Não queri saber de nada que vem do mundo'. Foi o que fiz."
Ana Akiva rompeu casamento de 7 anos com o líder religioso Youssef Akiva antes de entrar no OnlyFans. "Ele me deixou totalmente desamparada.[...] Quando saiu uma primeira nota sobre o meu perfil, recebi muitas ligações do meu ex. Ele veio até a minha porta, mas eu estava viajando. O medo era de que eu fosse expor algo sobre ele."
Infância em roça
Ex-pastora afirmou ter enfrentado infância sofrida no Pará, estado em que nasceu. "Era pobre, de família humilde, mas muito batalhadora. Eu trabalhava, ajudava os meus pais na roça, morei lá até os 15 anos. Eu ia para a escola de bicicleta ou de cavalo. Porém, tenho muito orgulho disso."
Modelo ajudava o pai em plantação. "Até hoje não gosto do serviço doméstico. Eu preferia ir para a roça com o meu pai, tirar leite das vacas e organizar a plantação. As minhas mãos eram cheias de calos. Eu não era forçada a fazer nada, eu e meus irmãos estávamos apenas ajudando porque gostávamos."
Além de pastora, Ana Akiva também foi empregada doméstica e locutora de rádio. Ela terminou recentemente um curso de comissária de bordo, mas ainda não trabalha na área. "Eu falava para minhas amigas que a roça não era para mim. Não quera ficar por lá minha vida inteira. Queria ir para São Paulo ou qualquer lugar grande. Meu pai sempre foi rígido comigo, e só deixou que eu saísse de lá aos 15 anos. Foi quando consegui outros trabalhos".
Ana Akiva vende conteúdo adulto há pouco mais de um mês. "Consegui faturar o suficiente para dar uma volta ao mundo", concluiu a modelo.
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