'Não temos um Emmy normal desde 2019', diz chefão do prêmio
A 75ª edição do Emmy Awards era para ter acontecido em setembro de 2023, no entanto, a greve dos roteiristas e dos atores obrigou o prêmio que celebra as produções televisivas a ser adiado. Agora, ele acontece na noite de hoje (15), às 21h30, com transmissão pela TNT e HBO Max.
Em conversa com jornalistas da qual Splash participou, Maury McIntyre, presidente e CEO da Academia Internacional das Artes e Ciências Televisivas - responsável pelo Emmy -, conta 'já estar acostumado' com a cerimônia sempre mudando seus moldes.
Não temos um Emmy normal desde 2019.
Maury McIntyre
Tanto a pandemia da covid-19, que começou em 2020 e impactou o prêmio nos anos subsequentes, como a greve, fez com que a Academia fosse obrigada a se moldar à realidade do momento. "Com os roteiristas e os atores na greve, sabíamos não haver maneira de celebrar se não os tivéssemos conosco. Mas, isso se tornou comum, afinal houve diversos fatores inesperados e difíceis de lidar, como a pandemia."
McIntyre acredita que apresentar o prêmio em janeiro é diferente, pois, pelo calendário das produções, é em setembro que muitas produções novas são lançadas. "Estar em janeiro é apenas uma nova aventura para nós. Estamos muito animados com isso, porque nos deu novas oportunidades em termos de patrocinadores do Emmy, novas oportunidades com novos parceiros em termos de produção e rádio internacionais. Então, estamos ansiosos para isso e acho que será ótimo."
Para Frank Scherma, presidente da Academia de Televisão, não existiu a possibilidade de cancelar o Emmy devido às greves. "Não há uma palavra como 'não' em produções. Então, quando não conseguimos fazer em setembro, Maury e eu tivemos que descobrir o que poderíamos fazer, e para isso, conversamos com os produtores e o canal, a NBC."
Lado Positivo
O presidente da Academia de Televisão vê um lado bastante positivo em relação às greves e o atraso do Emmy 2023.
Acho que o que acontecerá no Emmy este ano é que terá muitas pessoas que realmente querem participar, muitas pessoas que vão estar tão felizes de ver um prêmio. De ver, após toda essa tensão que estava acontecendo na nossa indústria, todo esse trabalho glorioso.
Frank Scherma, Presidente da Academia de Televisão
Somado à expectativa, o prêmio de 2023 bateu o recorde de maior número de votantes da história. "Isso nos mostra que, mesmo com tudo o que estava acontecendo, há muitas pessoas interessadas e engajadas na nossa indústria. Que querem participar e, por que não, ganhar um prêmio."
A votação aconteceu em agosto, quando a greve já estava acontecendo. Os resultados já são conhecidos pelos membros responsáveis, sendo revelados a eles antes mesmo das greves chegarem ao fim.
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Evoluímos e tivemos que mudar. Há muitos trabalhos que nos aparecem de mercados internacionais, como o Brasil, de países europeus ou asiáticos. E eles estão encontrando seus públicos em casa com tipos diferentes de produções, que também são relacionáveis aqui nos Estados Unidos.
Frank Scherma, Presidente da Academia de Televisão
Para Scherma, os espectadores americanos, que notoriamente são contra assistir a produções legendas, começaram a se acostumar com o recurso. "Estamos indo para o oposto disso. Com tantos títulos vindo da Coreia, do México e do Brasil, as legendas nos deixam abertos para diferentes trabalhos feitos em todo o mundo. Assim, as legendas se tornaram parte do nosso dia a dia."
Atualmente, uma produção brasileira, por exemplo, concorre no Prêmio Emmy Internacional. No entanto, exista a chance de isso mudar em breve. "Quanto mais nos tornamos globais, mais difícil vai é achar a diferença entre uma série internacional e uma feita nos Estados Unidos", explica Maury McIntyre.
Maior Desafio
O trabalho de um votante da Academia parece fácil. Afinal, seria apenas assistir às produções, certo? O CEO do Emmy discorda.
Um dos maiores desafios que ouvimos é haver muito conteúdo agora. Temos mais de 450 séries, mais 300 reality shows, etc. E você quer que todos sejam assistidos. Tentamos facilitar ao máximo, usando a nossa própria plataforma para disponibilizar os títulos, mas sabemos haver alguns que aparecerão com certeza, como 'Succession' e 'The Last of Us', que todo mundo fala sobre e é impossível passar batido por eles.
Por fim, para Maury McIntyre, é também uma responsabilidade muito grande eleger os melhores, pois isso acaba influenciando diretamente o que é consumido. "A televisão é está em tudo. Ela te alcança, não importa onde você esteja. Não é só aquela caixa na sala de casa."
É no seu celular, é no seu computador, ou em qualquer aparelho móvel que você tenha. E mais e mais pessoas estão conectadas. Ela pode alcançar mais pessoas com uma mensagem poderosa do que qualquer outro meio. E eu acho que isso é uma coisa muito importante.
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