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OPINIÃO

Com Superturnê, Jão quer ser a Taylor Swift do Brasil

Com estreia da Superturnê, Jão parece ter garantido lugar nas memórias afetivas de uma geração Imagem: Fernando Schlaepfer/Divulgação

Adriana Del Ré

Colaboração para o Splash, em São Paulo

21/01/2024 11h20

Um dos principais nomes do pop nacional da atualidade, Jão fez a estreia de sua Superturnê neste sábado (20) no Allianz Parque, em São Paulo, diante de 50 mil pessoas e com uma megaestrutura que impressiona: palco conectado a uma passarela que avança para o público na pista, grandes telões, luzes, efeitos especiais, troca de figurinos, além de uma ostensiva estátua de dragão no cenário.

Ele repetirá a apresentação no Allianz hoje (21), com ingressos quase esgotados (restam ainda poucas entradas para o setor Super Club B) e transmissão ao vivo no Multishow e no Globoplay, a partir das 20h. Na sequência, o cantor segue em turnê pelo Brasil.

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Grupo de metais acompanha o cantor Jão em sua turnê Imagem: Fernando Schlaepfer/Divulgação

É um passo ousado na carreira do cantor e compositor de 29 anos, que parece inaugurar uma nova frente de supershows de artistas pop brasileiros, tendo em vista que a cantora Ludmilla também promete realizar uma turnê com estrutura de nível internacional este ano.

Sob forte chuva, Jão subiu ao palco às 21h10, visivelmente emocionado com a imagem do estádio lotado. O mote da tour é seu mais recente disco, Super, lançado em agosto do ano passado, mas o cantor passeou também pelo repertório de seus três álbuns anteriores, Pirata, Anti-herói e Lobos, contemplando conceitualmente os elementos fogo, água, ar e terra.

Sob forte chuva, Jão subiu ao palco às 21h10, emocionado com o estádio lotado Imagem: Fernando Schlaepfer/Divulgação

No repertório, ele incluiu canções como "Rádio", "Escorpião", "Essa Eu Fiz", "Imaturo", "Gameboy", "Doce", "Vou Morrer", "Sinais", "Me Lambe", "Meninos", "Olhos Vermelhos", além de seus grandes sucessos "Idiota" e "Pilantra" (que contou com o feat de Anitta na gravação). Antes do início do show, o público pôde escolher, ainda, uma das canções que entraram no set list e elegeu "Triste pra Sempre".

Jão fez algumas surpresas para os fãs. "Eu não canto essa música há 6 anos, prometi que só ia cantar quando esse dia chegasse", avisou ele, antes de cantar "Monstros".

O formato do show da Superturnê é semelhante ao de popstars internacionais - que seguem a tendência de oferecer uma experiência ao público em vez de deixá-lo em estado de contemplação -, mas, no caso dele, dispensa a presença de dançarinos: Jão prefere ser acompanhado de perto por suas backing vocals, enquanto sua banda (ótima, por sinal) fica na "cozinha" da apresentação. Os telões transmitem o show para o estádio, como se fossem videoclipes produzidos ao vivo.

Jão canta com sua banda em um dos cenários da Superturnê Imagem: Fernando Schlaepfer/Divulgação

Pegando referências mais diretas do pop mundial, Jão se mostra um misto de Harry Styles e Taylor Swift no palco. Com Taylor, que passou pelo Brasil com seu The Eras Tour no final do ano passado, esse "diálogo" é ainda mais evidente, sobretudo quando o assunto é estrutura de show. Além disso, a obra autoral dos dois envereda pelo campo da sofrência, trazendo nas letras histórias de amor e desilusão.

Durante duas horas de show, a fanbase de Jão, formada principalmente por adolescentes e jovens adultos, o acompanhou em coro em literalmente todas as canções. Jão é um compositor que criou a própria marca, tem um timbre de voz peculiar e bonito, que foi prejudicado pelo som abafado que, por vezes, chegou ao público - ao menos, em uma parte do estádio.

E há de se valorizar o artista que conquista multidões e vai ao encontro delas. No entanto, falta em Jão o que uma expressão inglesa definiria como "mojo", o imponderável que faz você olhar o artista e perceber que há algo diferente ali, um arrebatamento.

Segundo show da Superturnê do Jão acontece hoje, a partir das 20h, com transmissão do Multishow Imagem: Bruna Bento/Splash

Mas há uma série de outros elementos que podem ajudar a cunhar o fenômeno pop no qual ele se tornou. Jão, que surgiu no YouTube, tem uma relação muito próxima com os fãs nas redes sociais. Sabe o que estão fazendo e falando e interage com eles. Assim, acabou construindo uma fanbase sólida - guardadas as devidas proporções, atuante como a do grupo sul-coreano BTS.

Bissexual assumido, Jão tem um grande público LGBTQIA+, que o acompanha aonde ele for. Sem mencionar suas composições de amor e sofrência, que são universais e se encaixam nas histórias pessoais de seus fãs.

E, com essas canções e essa turnê, Jão parece já ter garantido seu lugar nas memórias afetivas de uma geração.

Jão é um compositor que criou a própria marca Imagem: Bruna Bento/Splash

SUPERTURNÊ DO JÃO

QUANDO: hoje, às 20h (poucos ingressos disponíveis)

ONDE: Allianz Parque (av. Francisco Matarazzo 1.705 - Água Branca)

Ingressos para a turnê estão à venda na página especial do Jão na Eventim.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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