Milton Cunha: 'Achava que bicheiros estavam ficando para trás no Carnaval'
O carnavalesco e comentarista Milton Cunha, 61, contou no Otalab, programa do Canal UOL que começa 2024 com um episódio especial pré-CarnaUOL, como foi participar de "Vale o Escrito - A Guerra do Jogo do Bicho", série documental do Globoplay que mostra os bastidores do jogo do bicho e a relação com o Carnaval carioca.
O apresentador Otaviano Costa perguntou se ele precisou pedir permissão para falar à série e Milton revelou como foi a experiência.
"Fui no Anísio, no Guimarães, e perguntei se podia fazer", contou. "Mas onde é que eu entro nisso? Porque eu só sei de glamour, só sei a loucura, vou falar o que eu vi. Fui falando essas loucuras, mas eu não enxergava onde que encaixava no treco do crime, da luta".
Milton também destacou a relação de carinho que as escolas de samba têm com os grandes nomes do jogo do bicho.
"Como o Estado não entrou nessas comunidades e as abandonou à própria sorte, eles pegaram e construíram as quadras e patrocinaram, então cresceram juntos", afirmou.
As comunidades amam esses homens porque eles nasceram e se criaram lá.
Milton Cunha
Além disso, o carnavalesco comentou como encara a nova geração que vem conduzindo o carnaval do Rio de Janeiro e se mostrou otimista quanto à continuação da tradição das escolas de samba.
A gente achava que os bicheiros estavam ficando pra trás porque eles não entravam na internet, aí a gente dizia que o Carnaval não está indo para as redes. Eis que cresce essa geração e entra com tudo.
Milton Cunha
"Essa nova geração é mais do marketing, da visibilidade sem perder o respeito à tradição. Então, quer saber? A tradição não é morta, não fica lá no passado, ela se renova a cada vez que você coloca ela para desfilar de novo", afirmou.
Carnaval na Argentina? 'Frio e granizo'
O carnavalesco também contou como foi a experiência de ajudar a promover o primeiro carnaval de San Luis, uma pequena cidade argentina que quis importar a festa à moda carioca. O prefeito encheu as pistas de um autódromo com escolas de samba do Rio de Janeiro e o carnavalesco entrega os perrengues da experiência.
"Não tinha hotel suficiente na cidade e fervia durante cinco dias porque vendia-se a experiência carioca", ele conta. "Levamos uma ala especial de cada escola, 12 do grupo especial e 16 do grupo de acesso".
A gente ia ladeira abaixo, um frio desgraçado, chovia granizo em cima da gente. Uma loucura, taca-lhe whisky e vai. Transmissão para a Argentina inteira.
Milton Cunha
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