Olhos que condenam: qual a história da série recomendada por Rodriguinho?
Paola Churchill
Colaboração para Splash, de São Paulo
26/01/2024 15h45
Na quarta-feira (24), o cantor Rodriguinho compartilhou uma experiência pessoal sobre a série "Olhos Que Condenam". Depois da indicação do cantor, as buscas pela produção aumentaram, segundo dados do Google Trends.
O que aconteceu
O brother contou que apresentou a série para sua esposa, Bruna Amaral, para que ela pudesse compreender a complexidade do tema do racismo
Quando comecei a namorar a Bruna, ela é branca e de Criciúma. É aquela família tradicional... Teve essa conversa sobre racismo e tal e falei 'cara, essas coisas são difíceis de explicar e só vai entender sendo. Eu vou por uma série pra você assistir'. Não tem como acabar aquela série sem estar destruído
Rodriguinho.
A produção, lançada em 2019 e dirigida por Ava DuVernay Netflix, aborda uma das maiores injustiças já cometidas nos Estados Unidos. "Olhos Que Condenam" mergulha na história de quatro adolescentes negros e um latino, injustamente condenados por estupro e agressão em 1989, no Central Park, Nova York.
A trama desvela como a polícia forçou confissões desses jovens, Kevin Richardson, Yusef Salaam, Raymon Santana, Antron McCray e Korey Wise, que foram posteriormente utilizadas como prova de culpa, apesar da falta de evidências físicas consistentes.
A série, dividida em quatro episódios de 1h a 1h30 cada, revela o impacto devastador da falsa condenação na vida dos jovens, que passaram entre 5 a 12 anos em reformatórios. A verdade veio à tona quando o verdadeiro culpado, Matías Reyes, já cumprindo prisão perpétua por outros crimes, confessou. Os testes de DNA confirmaram sua culpa, inocentando os cinco jovens.
Quase três décadas depois, a gestão do então prefeito de Nova York, Bill de Blasio, concordou em pagar uma indenização de R$ 40 milhões aos rapazes. No entanto, a batalha pela justiça foi longa, e a recusa do ex-prefeito Michael Bloomberg em compensá-los foi um obstáculo significativo. As acusações de racismo recaíram sobre a polícia, promotores e outras autoridades.
A série também destaca o papel polêmico do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, na época, publicou um anúncio pedindo a volta da pena de morte para punir os jovens. Ava DuVernay ressaltou que, mesmo após a absolvição, a eleição de Trump destacou a persistência de desafios e injustiças no país.