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Mônica Martelli diz que perdeu virgindade em estupro: 'Papel dele forçar'

Mônica Martelli, 55, disse que foi estuprada em sua primeira relação sexual.

O que aconteceu

Atriz e humorista disse que era apaixonada pelo rapaz, eles ficavam, mas que no dia ela não estava a fim de transar, ele forçou e ela "cedeu". "Para a nossa geração era normal. Eu era mega a fim do menino, um surfista, 'apaixonadinha', era um luau e a gente já ficava, aquela coisa de dar beijo, aí a gente se afastou nesse luau e começou a rolar um amasso a mais, ele veio, eu falei 'não, não quero', ele forçou, a gente transou, só que para mim na época ele estava no papel dele de homem, de forçar, e eu no papel de não querer e cedi, ou então não cedi e foi forçado". As declarações foram em recente participação no podcast Theorapia.

Martelli ressaltou que tomou consciência do estupro sofrido durante participação no programa "Saia Justa" (GNT). "Anos e anos depois, com essa tomada de consciência de que 'não é não', o que eu faço com o meu corpo é o que eu quero', na hora, estava sentada no [sofá] do 'Saia Justa', ali, virei e falei 'gente, fui estuprada, perdi minha virgindade em um estupro, porque na verdade eu não queria, rolou uma guerrinha de corpo, só que essa guerrinha de corpo era uma coisa naturalizada'".

Martelli explicou que existia uma "guerra corporal" em que os homens tentavam tocar nas partes íntimas das mulheres e, por mais que elas recusassem e tentassem afastá-los, esse comportamento era considerado normal. "Todas as vezes que você ia a uma festa e ficava com o menino, ele tentava passar a mão no seu peito, você tirava, tentava passar a mão na sua bunda, você tirava. Essa guerra corporal era naturalizada. Você ia para o Carnaval, mãozada na bunda era normal. Essa masculinidade que para mim e para a maioria das mulheres já caducou. Esse tipo de homem para a gente hoje não interessa. Quero homem que me trata bem, que seja delicado comigo. Esse tipo de masculino não tem mais espaço hoje".

Como denunciar violência sexual

Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.

Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados.

O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.

Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.

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