OpiniãoK-Pop

Twice brilha em solos, entrega chuva de hits e se emociona com o público

Eram pontualmente 19h30 quando as luzes se apagaram e o público começou a gritar, sentindo que a "Ready to Be Tour" finalmente começaria em solo brasileiro. Com uma estrutura gigantesca, telões, dançarinos e uma banda —algo não muito comum em shows de k-pop— o grupo abriu o show com a versão inglesa de "Set Me Free".

Jihyo, um dos grandes destaques, teve problemas com o microfone logo na primeira música, mas ela logo voltou com um microfone amarelo e mostrou todo o seu talento.

Dahyun, a Miss Simpatia do grupo, explica logo no início do show o significado do nome da turnê: "Vocês nos amam do jeito que somos e finalmente estamos preparadas para sermos quem queremos ser", ou seja, "ready to be".

Fãs brasileiros e 'hermanos' do Twice arrasam nos looks; fotos

Logo após a excelente performance de "Moonlight Sunrise", elas finalmente chegam mais perto da plateia, andando pela passarela que conecta os palcos.

Jihyo levou o público ao delírio completo ao comentar que foi a primeira vez em toda a turnê que a voz do público passou a do retorno, e ela ouviu tudo, de tão alto que os "onces" (nome do fandom) berravam.

O grupo de k-pop Twice durante o primeiro show em São Paulo, na terça (6)
O grupo de k-pop Twice durante o primeiro show em São Paulo, na terça (6) Imagem: Camila Cara/Divulgação

Momentos solo

Um dos grandes destaques desta turnê é a possibilidade de ver 9 solos diferentes, um para cada integrante, mostrando nas performances as personalidades completamente distintas, que ressaltam o que cada integrante tem a oferecer.

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Dahyun abre tocando piano, usando um vestido lindo de tule e lembrando muito uma princesa. Ela apresentou uma versão de "Try", da cantora Colbie Caillat.

Em seguida tivemos Tzuyu, cheia de dançarinas em uma performance bem sofisticada e luxuosa de "Done for Me", do Charlie Puth com a Kehlani.

Depois da taiwanesa, tivemos Sana com todo público cantando junto o cover que ela fez do hit "New Rules", de Dua Lipa. Foi um surto coletivo com direito a coreografia no chão e muito carão. Inclusive a sequência Misamo (a sub-unit das japonesas) é completamente matadora.

Logo depois da Sana, temos Momo. Ela começa vestida com um jersey enorme, que acaba tirando para subir numa barra de "pole", deixando o público sem reação com um número de pole dance para "Move", de Beyoncé.

Por fim, temos Mina, que viralizou com a performance de "7 Rings", de Ariana Grande. É claramente um dos momentos mais esperados pelo público, e ela não deixou a desejar.

O grupo Vcha, que abriu o show do Twice, foi formado em um reality show americano
O grupo Vcha, que abriu o show do Twice, foi formado em um reality show americano Imagem: Camila Cara/Divulgação
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Discoteca animada

Após a primeira sessão de solos, começa uma nova etapa do show, com um VCR de "Feel Special". Em seguida, todas entram vestidas de branco e prata, parecendo fadas da discoteca e relembrando o conceito do álbum. Sana aparece já cantando o refrão, e Jihyo brilha mais uma vez com uma parte à capela, mostrando que o microfone está sempre ligado.

A sequência que temos depois de "Feel Special" é um dos pontos altos do show: "Cry for Me" versão elfas; "Fancy" com um arranjo completamente diferente do original, numa pegada mais pesada e com as integrantes super soltas no palco, felizes e interagindo com o público; e, finalmente, acabando com o hit "The Feels", com direito a banda ao vivo, dançarinos e fogos de artifício. Poderia muito bem ser o fim do show. Mas não é.

O Twice lotou o Allianz Parque, em São Paulo, no show de estreia da "Ready to Be Tour", na terça (6)
O Twice lotou o Allianz Parque, em São Paulo, no show de estreia da "Ready to Be Tour", na terça (6) Imagem: Camila Cara/Divulgação

Polos distantes

Uma nova leva de solos começa com Chaeyoung cantando uma música escrita por ela, chamada "My Guitar", enquanto toca seu violão em um número acústico bem diferente do que o grupo costuma fazer. De microfone vermelho e lentes azuis, é o momento mais autoral do espetáculo.

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Chega a ser até engraçado ver a forma como essa sequência de solos foi dividida, pois não podiam pertencer a polos mais distantes. Jihyo chega logo em seguida com "Closer", uma performance extremamente sensual de uma das suas músicas do álbum de debut. É ali que ela se sacramenta como MVP do grupo. Ela é um monstro no palco.

Após um número arrebatador, Jeongyeon entra em uma outra frequência, menina nerd, em uma versão fofa de "Can't Stop the Feeling", de Justin Timberlake. De shorts, óculos e fazendo uma dancinha do TikTok, ela mostra outro lado do Twice.

Apresentação do grupo Vcha, que abriu a turnê "Ready to Be", do Twice, em São Paulo, na terça (6)
Apresentação do grupo Vcha, que abriu a turnê "Ready to Be", do Twice, em São Paulo, na terça (6) Imagem: Camila Cara/Divulgação

Fechando com chave de platina os solos, Nayeon, provavelmente a mais popular delas, canta seu grande sucesso, "Pop", com coreografia icônica, muitos dançarinos e uma chuva de confetes (que estão em mim até agora).

Assim que os solos acabam, mais um VCR, agora com as artistas falando sobre a pressão da expectativa dos outros em cima delas, que cresceram, estão mais adultas e prontas para serem o que elas de fato desejam.

É realmente a deixa perfeita para o single recém-lançado do grupo, "I Got You", brilhar. A música sintetiza todos os anos de carreira do Twice, a trajetória e o crescimento delas.

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Com a banda ao fundo, usando roupas florais e mostrando que cantam muito ao vivo, a performance passa a impressão de que uma nova etapa está se abrindo para elas. É uma versão renovada e mais experiente de "Feel Special".

Um dos momentos mais memoráveis vem na reta final: o medley com as maiores farofas do Universo Twice!

A chuva de hits tem "Yes or Yes", "What Is Love?", "Cheer Up", "Likey", "Knock Knock", "Scientist" e "Heart Shaker". Absolutamente todo mundo pulando, fãs e elas no palco, pois são muitas coreografias e letras que marcaram não somente a carreira delas, mas a história do k-pop e a influência que elas tiveram na indústria.

Antes do final "falso" do show, tivemos mais dois grandes sucessos: a latiníssima "Alcohol Free" e "Talk That Talk", versão bate-cabelo e com mais chuva de confetes.

Enquanto elas descansavam e trocavam de roupa, as câmeras divertiram o público escolhendo pessoas aleatórias para dançar os hits do grupo. Apesar de alguns morrerem de vergonha, a grande maioria mostrava que sabe todos os passos. É um daqueles momentos que aproxima bastante a comunidade de fãs.

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De volta, com camisetas do merchandising oficial estilizadas em croppeds e em diferentes amarrações, as meninas emendaram duas músicas: "When We Were Kids", com o telão cheio de imagens delas crianças, e "Crazy, Stupid, Love". A essa altura, elas já estavam na frente do palco e acenando para o maior número possível de fãs.

No último ment (pausas que os grupos de k-pop fazem pra interagir com os fãs; há cinco no show), elas relembraram que foi o primeiro show em solo brasileiro.

O Brasil é conhecido internacionalmente pela recepção muito acima da média, com todo mundo cantando mais alto que os artistas e transformando o público em um espetáculo à parte. As integrantes do Twice fizeram questão de elogiar seus fãs e demonstrar que se sentiram muito acolhidas nesse debut.

Por fim, o grupo levou ao palco a "roleta", na qual cantam duas músicas aleatórias que "a sorte" decidirá. Por livre e espontânea pressão do público, tivemos "Do Not Touch", da unit japonesa das Misamo, e "Doughnut", uma grata e feliz música-surpresa que os fãs não estavam esperando.

O grupo Vcha abriu as apresentações do Twice no Brasil
O grupo Vcha abriu as apresentações do Twice no Brasil Imagem: Camila Cara/Divulgação

Lotado de pessoas de todas as idades, gêneros e cores, o primeiro dia de "Ready to Be Tour" foi uma celebração da carreira de um dos grupos mais bem-sucedidos da música pop coreana e uma grande demonstração de como cinco coreanas, três japonesas e uma taiwanesa são capazes de lotar, sim, dois dias de um estádio em São Paulo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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