Nem playback tira conexão de Urias com o público na noite final do Rec-Beat
Sons da Colômbia, da Bélgica e da Alemanha marcaram ontem (13) a última noite do 28º Rec-Beat, tradicional festival de música alternativa que acontece todo ano no Recife, em meio ao Carnaval.
O que aconteceu?
A cantora Urias foi a principal atração da quarta noite do Rec-Beat, que também recebeu artistas do underground europeu e sul-americano. Antes de a mineira cantar, passaram pelo Cais da Alfândega, no Bairro do Recife, Echoes of Zoo (Bélgica), Sarah Farina (Alemanha), Ácido Pantera (Colômbia), o afoxé Filhos de Dandaluna e a DJ Geni.
Conexão com público
Headliner da noite, Urias subiu ao palco com uma roupa de passista de escola de samba. A fantasia foi criada pelo estilista paraense Fabrício Neves.
O tempo de experiência conta muito, mas também a quantidade de ensaios, de treinos. Tenho estudado mais a minha voz e o meu corpo. E, ver seu trabalho chegando a lugares que você nem imaginava, como o próprio Rec-Beat, dá um gás a mais.
Urias
Acompanhada de oito dançarinas, ela apresentou coreografias elaboradas para hits como "Maserati", "Rasga" e "Diaba". Mas Urias também inclui no repertório a faixa "Ultimate Zone", de seu novo álbum, "Her Mind".
O show foi quase inteiro na base de playback. O que não tirou a intensidade da presença de palco da cantora nem seu poder de conexão com o público, que vibrava com as fritações eletrônicas e rebolados de Urias.
Bélgica + Brasil
O quarteto Echoes of Zoo subiu ao palco para apresentar sua mistura de jazz e influências de ritmos africanos e brasileiros. O grupo instrumental reuniu um público que se interessou pelo som curioso da banda.
No palco, o saxofonista e percussionista Nathan Daems falava com o público em português. Ele esteve no Brasil outras vezes e diz ter "uma relação de amor" com a música brasileira, em especial com o trabalho de Naná Vasconcelos, percussionista pernambucano falecido em 2016.
O último álbum do Echoes of Zoo chama-se "Speech of Species" e é inspirado por grooves brasileiros. "Nosso baterista pesquisa música afro-cubana e afro-brasileira e estudou com alguns mestres no Rio, Recife e principalmente Salvador. Ele me ensinou muito sobre os ritmos brasileiros e me apaixonei por isso", explica Daems.
O show teve participação especial do percussionista paulista Guilherme Kastrup, que aproveitou o microfone para lembrar da guerra em Gaza. "Viva o Recife, o maior Carnaval do mundo! Viva Naná Vasconcelos. Viva a Palestina, que é um povo oprimido que nem a gente", anunciou Kastrup.
Cúmbia eletrônica
Antes do show de Urias e com o Cais da Alfândega lotado, subiram ao palco os três integrantes do Ácido Pantera. Mesmo desconhecido pelo público, o trio colombiano conquistou a multidão com a cúmbia e o merengue eletrônicos do álbum "Alta Pachanga", lançado no ano passado.
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Quero receberO advogado Esdras Cordeiro foi um dos que curtiu o show da Ácido Pantera. Mas ele estava desde cedo na grade esperando por Urias. "Tá todo mundo na fritação esperando a Urias. Eu cheguei cedo, peguei todos os shows. O Rec-Beat tá perfeito, todas as atrações tão perfeitas", elogiou.
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