Agora com mulheres, Men at Work inicia no Rio turnê pelo seu maior mercado
Em 1981, ano em que a MTV iniciou suas atividades nos EUA, uma banda australiana estreava com o material perfeito para fazer sucesso: músicas contagiantes, com refrões pegajosos e vibe de verão, embaladas em videoclipes que eram praticamente curtas-metragens.
Estamos falando do Men At Work, grupo criado em Melbourne, Austrália, em 1979, e que se tornou gigante no início dos anos 1980 depois de lançar o primeiro álbum, "Business as Usual", com hits que se tornaram hinos da juventude no mundo todo e que no Brasil continuam fazendo sucesso nas rádios até hoje.
Graças a essa conexão poderosa com o Brasil, a banda engata uma miniturnê pelo país a partir de hoje (17) no Rio de Janeiro. Os shows seguintes acontecem na terça (20), em Curitiba, e na quarta (21), em São Paulo.
Os homens de 'Down Under' e o Brasil
Pode ser que o nome Men At Work, que é o que se escreve em inglês nas placas de obras (o nosso "homens trabalhando"), não soe tão reconhecível para todos, mas com certeza, pelo menos algumas faixas gravadas pela banda, principalmente os hits extraídos do primeiro álbum, fazem parte do repertório de qualquer pessoa que escute rádio no Brasil.
Comecemos pela didática "Down Under". Com vocais marcantes de Colin Hay, fundador e único remanescente original da banda, a música conta a história de um australiano que viaja pelo mundo tentando não dar bandeira como um nativo de "down under" (lá embaixo), forma pela qual Austrália e Nova Zelândia são chamadas coloquialmente por ficarem no extremo Sul no mapa-múndi.
Na música, ele é reconhecido por onde passa — em Bruxelas, ele até ganha de um barman um sanduíche de "vegemite", uma pasta salgada típica da Austrália. O clipe de "Down Under" se tornou um sucesso gigante na MTV justamente por ilustrar toda a história cantada por Hay — que, diga-se, não é australiano de origem, mas um escocês que se mudou para Melbourne com os pais aos 14 anos.
Em 2010, "Down Under" teve o famoso trecho de flauta sentenciado como plágio, por ter sido extraído de "Kookaboora", uma canção infantil escrita na década 1930 por Marrion Sinclair. Desde então, 5% dos royalties da música são destinados à editora dessa histórica canção de ninar australiana.
Outro hit até hoje no mundo — e especialmente no Brasil — é "Who Can It Be Now?", escrita por Hay, com a marca registrada do saxofone de Greg Ham, o mesmo músico responsável pela flauta de "Down Under" (Ham foi encontrado morto em casa em abril de 2012, após sofrer uma parada cardíaca aos 58 anos).
Além delas, "Overkill", "It's A Mistake" e "Be Good Johnny" são alguns dos outros sucessos que não podem faltar na programação das rádios de pop e rock (e também das mais nostálgicas) do Brasil até hoje e que certamente estão no setlist dos shows por aqui.
O clima de férias na praia, a positividade e o mix de clichês (do bem) de reggae e da new wave ajudaram a traduzir o som do Men at Work para o público brasileiro. Uma somatória de fatores que fizeram da banda australiana a trilha perfeita para discos de novela, outra enorme catapulta para bandas nos anos 1980 e 1990, muito antes de as playlists nem sequer sonharem em existir.
Em 1985, "Everything I Need" entrou para a trilha internacional da novela "A Gata Comeu" e, em 1990, Colin Hay entrou com sua nova banda, a Colin Hay Band, na trilha sonora de "A Rainha da Sucata", uma das novelas de maior sucesso daquela década, com a música "Into My Life".
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Quero receberFinal precoce e Women at Work
O Men At Work foi formado em 1979, mas seu estouro veio em 1981 com o primeiro álbum, "Business as Usual", que quebrou recorde de permanência de um disco de estreia no número 1 das paradas americanas e vendeu mais de 10 milhões de cópias no mundo todo.
Com seus clipes, a banda se tornou material valioso para a MTV, que ajudaria a moldar os gostos e costumes da geração que crescia nos anos 1980.
Em 1983, o Men at Work se consagrou para além dos top charts ao ganhar o prêmio de melhor artista novo no Grammy. A popularidade da banda batia de frente com a de Michael Jackson.
Mas o mesmo foguete que projetou o Men At Work ao estrelato desceu meteoricamente com a banda a bordo. Sua primeira formação se dissolveu em 1985, depois do insucesso de "Two Hearts", o terceiro álbum da carreira — que continha "Everything I Need", enorme hit no Brasil por conta da novela.
A banda seguiu sua trajetória de retornos eventuais sempre com o frontman Colin Hay no comando. Em 1991, sob o nome Colin Hay Band, o vocalista se apresentou no Rock in Rio 2, segunda edição do festival carioca, tocando sucessos de sua banda original.
Em 1996, Hay voltou ao Brasil oficialmente como Men At Work junto com o ex-integrante Greg Ham (o saxofonista/flautista e tecladista original) e fizeram uma série de shows e participações na TV brasileira — dá para encontrar um vídeo da banda no "Programa Livre", do SBT, por exemplo — e por aqui resolveram gravar uma das apresentações, que seria lançada mundialmente dois anos mais tarde com o nome de "Brazil", uma forma de demonstrar o carinho do Men at Work pelo país.
Em 2019, Hay, que se dividia entre sua carreira solo e como músico da All Starr Band, de Ringo Starr, retomou a banda com um grupo de músicos de Los Angeles. É com eles que Hay se apresenta agora no Brasil, ao lado inclusive de sua esposa, Cecilia Noël, além da saxofonista Sheila Gonzalez, mostrando que o mundo já não é mais somente dos "men" nos palcos nem dos shows do Men at Work.
Men at Work
Rio de Janeiro
Quando: hoje, às 22h
Local: Qualistage - av. Ayrton Senna, 3.000 - Barra da Tijuca
Classificação indicativa: 18 anos, menores de 18 anos somente acompanhados dos pais ou responsável legal.
Venda de ingressos: https://www.ticketmaster.com.br/event/men-at-work-rj
Quanto: de R$ 200 a R$ 600
Curitiba
Quando: terça, 20/2, às 21h
Onde: Live Curitiba - r. Itajubá, 143 - Novo Mundo
Classificação indicativa: 18 anos, menores de 18 anos somente acompanhados dos pais ou do responsável legal.
Venda de ingressos: https://www.ticketmaster.com.br/event/men-at-work-cwb
Quanto: de R$ 250 a R$ 600
São Paulo
Quando: quarta, 21/2, às 21h
Onde: Vibra São Paulo - av. Nações Unidas, 17.955 - Vila Almeida
Classificação indicativa: 18 anos, menores de 18 anos somente acompanhados dos pais ou do responsável legal.
Venda de ingressos: https://www.ticketmaster.com.br/event/men-at-work-sp
Quanto: de R$ 200 a R$ 800
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