Entenda o mercado de photocards que conquistou Taylor Swift
Camila Monteiro
Colaboração para Splash de Pelotas/RS
19/02/2024 12h00
Item desejo no K-pop, Taylor Swift terá photocards em seu recém anunciado novo álbum, o "The tortured poets department". E não é a primeira vez que a cantora traz inclusões inspiradas nos álbuns coreanos. Já vem sendo algo amplamente investido pela equipe de marketing da cantora desde eras anteriores, como "Lover" e "folklore".
Ser collector e organizadora de CEGs é sinônimo de status dentro de fandoms para muita gente. Quem tem grandes coleções e posta fotos e "tour" no seu binder (álbum onde as fãs colocam seus photocards) ganham seguidores e um certo sucesso dentro desse universo. Não é um hobby barato e existem constantes críticas aos preços e significado de toda essa movimentação por fotos de idols.
Enquanto isso, as empresas e lojas riem sozinhas, pois mais discos vendidos e parcerias conquistadas significam mais dinheiro entrando.
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Mercado de lojas internacionais e nacionais
O mercado de photocards cresceu tanto nos últimos anos, que existem diversas lojas asiáticas, principalmente na Indonésia e Coréia do Sul, que só vendem isso, e lucram colocando preços bem acima do esperado pois sabem que muitas fãs pagam o valor que for para fechar coleções e/ou obter um item raro, difícil de conseguir. Na shopee e no ebay é possível encontrar milhares de photocards sendo vendidos.
Já no Japão, um dos principais mercados fonográficos do mundo e paraíso (e inferno) dos colecionadores, existem sempre edições especiais que são vendidas apenas lá. E como é um mercado muito fechado e difícil de importar, fãs japonesas criam negócios revendendo "pulls" (o termo que se usa ao "tirar" um photocard do disco).
Uma das plataformas mais famosas de vendas de photocard é o Mercari Jp, onde fãs vendem itens de colecionadores pelos mais variados preços e pessoas do mundo inteiro se organizam para comprar e enviar. Para isso é preciso aprender a mexer no site e criar alguns contatos com vendedoras mais famosas. É realmente um mercado subcultural que movimenta milhares de fãs e gira muito dinheiro.
Termos importantes para entender esse universo
Binder: o local onde a coleção fica, uma espécie de álbum com os photocards, postcards e outras inclusões
Sleeve: são saquinhos de plástico que funcionam como proteção aos photocards, para eles não ficarem em contato direto as folhas do binder
Top loader: por serem pedaços de papelão, os photocards podem amassar facilmente. Para evitar que isso aconteça, fãs colocam eles em sleeves e dentro de top loaders, que são pedaços duros de plástico que protegem bem o item de ser arranhado ou amassado.
Fanmade/Lomocard: são imitações de photocards originais feitas por fãs e lojas, principalmente para quem quer ter os itens mas não tem paciência nem dinheiro para colecionar. Muitas vezes vão de brinde nas trocas e vendas de originais como uma espécie de "mimo".
A arte de embalar e trocar photocards virou hobby
Por ter se tornado o item mais desejado dentro de um álbum de k-pop, todo esse universo de venda e troca virou um hobby bastante disseminado e desejado. Existe todo um ritual de embalar os photocards, enfeitar, criar pacotes fofos, seguros e instagramáveis. Cheios de adesivos, brindes e até doces e balas, o céu é o limite quando falamos de fãs embalando cards.
Enquanto muita gente ama mimos e exageros, outros collectors são mais pragmáticos e tentam manter as transações o mais simples e descomplicadas; quanto menos plástico e mais praticidade, melhor.
Colecionar deve ser um hobby divertido e leve. Assistir fãs abrindo seus álbuns e pacotes pode ser extremamente relaxante. Entretanto quem coleciona sabe que o mundinho collector pode ser bem complicado e repleto de dramas. Seja com compras que não deram certo (calotes e problemas na importação) ou fãs que transformam uma atividade de troca e crescimento da comunidade em caos e confusão.
No fim do dia vale lembrar que é só um pedaço de papel com idols bonitos. Xu Minghao que o diga.