Entenda o mercado de photocards que conquistou Taylor Swift
Item desejo no K-pop, Taylor Swift terá photocards em seu recém anunciado novo álbum, o "The tortured poets department". E não é a primeira vez que a cantora traz inclusões inspiradas nos álbuns coreanos. Já vem sendo algo amplamente investido pela equipe de marketing da cantora desde eras anteriores, como "Lover" e "folklore".
@sapphicrs i have more taylor photocards than actual photocards bc i have no idea how to trade and sell them help #sapphicrs#taylorswift#kpop#swifttok#kpopfyp#swiftie#viral#fyp#foryou ? super shy taylor swift AI cover newjeans - rndomswift
A ideia claramente deu certo e impulsionou vendas, e nós do k-pop já sabemos disso há mais de década quando a SM criou o conceito com as Girl's Generation. Portanto o Splash vai explicar de forma didática o que são esses photocards e qual a razão de serem tão desejados.
O que são photocards e para que servem?
"Um pedaço de papel com idols bonitos". Essa é a definição mais simples e recorrente quando fãs são questionados sobre o que é um photocard. O photocard começou como inclusão de álbuns. Se o grupo possui 7 membros, os álbuns trazem de 1-3 (as vezes mais) cards aleatórios. Não existe nenhuma garantia de que não serão repetidos, mas com certeza as chances de tirar um número maior de membros diferentes aumenta com a quantidade de álbuns adquiridos; é a lógica do mercado.
my 2020-2024 ot7 photocard collection ? pic.twitter.com/hKzUUTZFLi
-- hobiuary (@jhopesbox) February 5, 2024
As empresas, percebendo a movimentação de fãs em tirar seus ídolos preferidos (chamados de bias), investiram em parcerias com diversas lojas, criando versões exclusivas, as famigeradas POBs (pre order benefit; benefícios de pré-venda). Um único álbum atualmente possui dezenas - as vezes centenas - de POBs que são vendidas por lojas, eventos, shows e até mesmo merchandising dos grupos.
A força da subcultura collector
Com tanta procura por photocards, as vendas dos álbuns aumentam consideravelmente, assim como as coleções criadas por fãs e toda uma subcultura de colecionadores. Existe uma movimentação enorme de pessoas que organizam compras em grupo, chamadas de CEGs, que possibilitam fãs, principalmente em países onde discos não são vendidos de forma ampla como é o caso do Brasil, a conseguirem comprar photocards específicos, sejam regulares (os que vem nos discos) ou as POBs de lojas asiáticas/americanas.
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Ser collector e organizadora de CEGs é sinônimo de status dentro de fandoms para muita gente. Quem tem grandes coleções e posta fotos e "tour" no seu binder (álbum onde as fãs colocam seus photocards) ganham seguidores e um certo sucesso dentro desse universo. Não é um hobby barato e existem constantes críticas aos preços e significado de toda essa movimentação por fotos de idols.
Enquanto isso, as empresas e lojas riem sozinhas, pois mais discos vendidos e parcerias conquistadas significam mais dinheiro entrando.
Mercado de lojas internacionais e nacionais
O mercado de photocards cresceu tanto nos últimos anos, que existem diversas lojas asiáticas, principalmente na Indonésia e Coréia do Sul, que só vendem isso, e lucram colocando preços bem acima do esperado pois sabem que muitas fãs pagam o valor que for para fechar coleções e/ou obter um item raro, difícil de conseguir. Na shopee e no ebay é possível encontrar milhares de photocards sendo vendidos.
Já no Japão, um dos principais mercados fonográficos do mundo e paraíso (e inferno) dos colecionadores, existem sempre edições especiais que são vendidas apenas lá. E como é um mercado muito fechado e difícil de importar, fãs japonesas criam negócios revendendo "pulls" (o termo que se usa ao "tirar" um photocard do disco).
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Quero receberUma das plataformas mais famosas de vendas de photocard é o Mercari Jp, onde fãs vendem itens de colecionadores pelos mais variados preços e pessoas do mundo inteiro se organizam para comprar e enviar. Para isso é preciso aprender a mexer no site e criar alguns contatos com vendedoras mais famosas. É realmente um mercado subcultural que movimenta milhares de fãs e gira muito dinheiro.
Termos importantes para entender esse universo
Binder: o local onde a coleção fica, uma espécie de álbum com os photocards, postcards e outras inclusões
Sleeve: são saquinhos de plástico que funcionam como proteção aos photocards, para eles não ficarem em contato direto as folhas do binder
Top loader: por serem pedaços de papelão, os photocards podem amassar facilmente. Para evitar que isso aconteça, fãs colocam eles em sleeves e dentro de top loaders, que são pedaços duros de plástico que protegem bem o item de ser arranhado ou amassado.
Fanmade/Lomocard: são imitações de photocards originais feitas por fãs e lojas, principalmente para quem quer ter os itens mas não tem paciência nem dinheiro para colecionar. Muitas vezes vão de brinde nas trocas e vendas de originais como uma espécie de "mimo".
A arte de embalar e trocar photocards virou hobby
Por ter se tornado o item mais desejado dentro de um álbum de k-pop, todo esse universo de venda e troca virou um hobby bastante disseminado e desejado. Existe todo um ritual de embalar os photocards, enfeitar, criar pacotes fofos, seguros e instagramáveis. Cheios de adesivos, brindes e até doces e balas, o céu é o limite quando falamos de fãs embalando cards.
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Enquanto muita gente ama mimos e exageros, outros collectors são mais pragmáticos e tentam manter as transações o mais simples e descomplicadas; quanto menos plástico e mais praticidade, melhor.
Colecionar deve ser um hobby divertido e leve. Assistir fãs abrindo seus álbuns e pacotes pode ser extremamente relaxante. Entretanto quem coleciona sabe que o mundinho collector pode ser bem complicado e repleto de dramas. Seja com compras que não deram certo (calotes e problemas na importação) ou fãs que transformam uma atividade de troca e crescimento da comunidade em caos e confusão.
No fim do dia vale lembrar que é só um pedaço de papel com idols bonitos. Xu Minghao que o diga.
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