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OPINIÃO

Bruce Dickinson mostra respeito a fãs com disco solo 'The Mandrake Project'

Bruce Dickinson, do Iron Maiden, lança álbum solo 'The Mandrake Project'; turnê do cantor passa pelo Brasil entre abril e maio deste ano Imagem: Neil Lupin/Redferns/Getty Images

Gustavo Brigatti

Colaboração para Splash, em São Paulo

01/03/2024 12h00

No seminal documentário "Metal: A Headbanger's Journey" (2005), Bruce Dickinson define seu ofício da seguinte maneira: "Meu trabalho, como frontman, é alcançar o cara que está lá no fundo, atrás de 30 mil pessoas, em um festival, e dizer: "Você!". Essa mesma diligência e respeito aos fãs está no cerne de "The Mandrake Project", lançado mudialmente hoje (1º).

Claro que não sem alguma dificuldade. Sétimo disco solo do vocalista do Iron Maiden, o sucessor de "Tyranny of Souls" (2005) quase não veio à luz. O álbum começou a ser desenhado em 2014, mas teve sua gestação interrompida primeiro quando Dickinson foi diagnosticado com um câncer na garganta. Depois, por conta da pandemia de Covid-19. E, no meio disso tudo, a gravação de dois discos de estúdio e quatro turnês mundiais com a "Donzela de Ferro" sequestraram a agenda do cantor.

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Foi só quando se encontrou plenamente restabelecido e com algum tempo livre que pode dar continuidade a "The Mandrake Project" — que, a essa altura, já tinha se transformado em um projeto multimídia, com uma série de histórias em quadrinhos que se situa no mesmo universo do álbum. Para o pilar musical, chamou o produtor e instrumentista Roy Z, parceiro de longa data desde seu primeiro trabalho solo pós-Iron Maiden, "Balls to Picasso" (1994).

A presença de Roy Z, aliás, garante que o novo disco não soe tão distante dos demais trabalhos próprios de Dickinson ou mesmo do Iron Maiden. Ao longo de suas 10 faixas, pode-se ouvir o heavy metal épico que deu fama ao Iron, como na excelente faixa de abertura "Afterglow of Ragnarok" e em "Eternity Has Failed"; ecos do metal dos anos 1980 estão presentes em "Many Doors to Hell"; e há amplo flerte com o prog metal em "Sonata (Immortal Beloved)" e "Shadow of the Gods". Há até espaço para uma quase-balada, a bonita "Resurrection Men".

Além de a música se manter dentro das fronteiras do metal, as letras também não fogem das histórias contadas anteriormente por Dickinson. Em linhas gerais, ele fala sobre a luta do bem contra o mal ("Eternity Has Failed"), das tiranias do poder ("Afterglow of Ragnarok"), loucura ("Rain on the Graves"), perda ("Shadow of the Gods"), ocultismo ("Many Doors to Hell"), entre outros temas caros aos fãs.

Depois de quase 20 anos do seu último trabalho solo e de 10 anos de percalços, "The Mandrake Project" é um disco caloroso, feito com muito cuidado e pensado para os fãs — estejam eles sentados na primeira fileira ou esticando o pescoço atrás de 30 mil pessoas.

Turnê mundial

Depois do lançamento do disco, Bruce Dickinson vai cair na estrada para uma turnê mundial — o Brasil incluso, é claro. O giro em terras brasileiras começa no dia 24 de abril, em Curitiba, passando depois por Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Ribeirão Preto e terminando em São Paulo, no dia 4 de maio.

Dickinson continua seu voo solo pelo mundo até julho, quando dá uma pausa e se junta ao Iron Maiden, em setembro, para uma nova tour pelo mundo, passando novamente pelo Brasil em dezembro para dois shows em São Paulo.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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