Participação de mulheres na música nacional avança, diz relatório do Ecad

A participação de mulheres na indústria musical brasileira cresceu em 2023, na comparação com 2022, e em alguns quesitos, chegou a dobrar em relação a anos anteriores. Este é o resultado do relatório "Mulheres na Música", divulgado pelo Ecad (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição).

Segundo o relatório, o avanço geral é "discreto, mas pode ser significativo para impulsionar a conscientização do mercado sobre a importância de ampliar a atuação e contribuição das mulheres". Um dos destaques do levantamento indica que o número de mulheres contempladas com valores em direitos autorais de música em 2023 aumentou de 25 mil, registrado em 2022, para 29 mil.

Também cresceu a presença de compositoras na autoria das músicas mais tocadas no país em 2023, em comparação com o ranking de 2022. Das 20 canções mais tocadas em shows, no ano passado, cinco têm mulheres como autoras, ou seja, 25% das músicas. Em 2022, apenas três das 20 mais tocadas eram compostas por mulheres.

Já a participação feminina entre os 100 autores com maior rendimento em direitos autorais chegou a 6%, o dobro do que as mulheres registravam em 2019.

No total, foram pagos R$ 65 milhões em direitos autorais a mulheres, em 2023. Desse valor, 70% foram destinados a compositoras e 25% a intérpretes. Os outros 5% foram para outras profissionais da música, como musicistas e produtoras fonográficas.

Quando as mulheres assumem papéis de destaque como ícones musicais, produtoras renomadas e até líderes de empresas do mercado, elas se tornam modelos a serem seguidos. Isso encoraja jovens talentos femininos a perseguirem seus sonhos e desafia as normas de uma indústria que, em alguns momentos, foi dominada por figuras masculinas.
Isabel Amorim, superintendente executiva do Ecad

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