Bruno Mazzeo e Lúcio Mauro fazem 'sessão de terapia' em homenagem aos pais

Bruno Mazzeo, 46, e Lúcio Mauro Filho, 49, mergulham nas dores e nas delícias de sucederem a Chico Anysio (1931 - 2012) e Lúcio Mauro (1927 - 2019) no espetáculo "Gostava Mais dos Pais" — em referência a frase que escutam frequentemente quando são abordados pelo público. A peça é também a celebração da amizade entre os dois artistas.

"Nós estamos fazendo uma sessão de terapia aqui com a plateia", avalia Mazzeo. "O artista tem essa vantagem de poder usar a arte, o teatro, seja qual for a arte, para botar para fora as neuroses, resolver questões e paranoias. Então, de certa maneira, é uma terapia que a gente faz aqui", completa Lúcio Mauro.

Vida real é a principal matéria-prima do espetáculo, que é repleto de bom humor. "É inevitável que a vida pessoal e profissional caminhe juntas. Não dá para ter aquela coisa: 'Eu estou em casa ou estou no trabalho e agora é só vida profissional.' Essas questões caminham misturadas", observa Mazzeo.

'Estamos velhos demais para ter certeza'

Dupla celebra amizade de décadas em espetáculo
Dupla celebra amizade de décadas em espetáculo Imagem: Francio de Holanda/Divulgação

Os dois observam atentos às mudanças na sociedade, no humor e na produção artística, mas também deixam claro que não abrem mão de uma coisa: as próprias identidades. "A gente está sempre prestando atenção nos novos comediantes e em tudo. Isso serve também um pouco para nos colocar no lugar que pertencemos. Desse homem com 50 anos que tem que prestar atenção nas pautas", diz Lúcio Mauro.

Olhar para o que está acontecendo agora é, antes de tudo, uma oportunidade que ambos encontraram para questionar certezas e explorar novas possibilidades dentro e fora dos palcos. "Porque a tendência natural é a gente começar a ficar com um monte de certezas, para logo depois chegar e falar: 'Caraca! Não tenho mais certeza de nada", avalia o ator. "Estamos velhos demais para ter certeza", completa Bruno Mazzeo.

É neste contexto que Mazzeo entende que a presença nas redes sociais é uma realidade: "Vejo, às vezes, artistas que eu via quando era moleque, que eram super discretos, e hoje estão completamente expostos, justamente porque a realidade é essa. É uma das questões que a gente discute, porque não deixa de ser uma novidade para a gente. Para a gente, o máximo da exposição era vir aqui e dar uma entrevista na primeira pessoa ao lançar um novo trabalho".

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