'Cordeiro levado a matadouro': irmão da princesa Diana narra abuso sexual
Irmão mais novo da princesa Diana, Charles Spencer, 59, revelou ter sofrido violências físicas e sexuais quando criança em um internato de elite, na Grã-Bretanha. As declarações foram feitas ao jornal britânico The Times.
O que disse Spencer
O internato matou uma parte de mim. Éramos como cordeiros levados ao matadouro.
Charles Spencer
Ele contou ter sido abusado por uma funcionária da escola quando tinha 11, ainda na década de 1970. A experiência, narrada por ele como "incrivelmente traumatizante", o levou a contratar uma prostituta aos 12. O contato precoce com o sexo se deu quando ele estava de férias na Espanha, visando a "terminar a preparação".
O irmão de Diana confessou que essa experiência traumática "roubou a inocência" e o afetou ao longo da vida — principalmente em seus casamentos, mas também na relação com a mãe e irmã. Após contratar a prostituta nas férias, o que causou um "vazio e frio", ele não voltou a ter intimidade com outra mulher até os 17.
Três anos antes, ele já havia passado por outra situação complicada no internato: ele disse ter sido espancado ao ponto de sangrar. Na conversa divulgada pelo jornal britânico, Spencer também alegou ter testemunhado castigos dolorosos contra colegas, o que incluía "cortar as nádegas de crianças pequenas, várias vezes, com uma bengala."
Spencer ainda afirmou que toda a situação vivida e vista dentro do colégio o levou a ter bulimia. Ele lembra que os vômitos eram um "pedido de ajuda". "Achava que se eu despejasse meu vômito em uma tigela, alguém seria maternal e cuidaria de mim. Mas, claro, fui rejeitado como um pequeno hipocondríaco que perde tempo."
As agressões começaram pouco tempo depois de ele ter iniciado os estudos na escola Maidwell Hall, na cidade inglesa de Northampton, aos 8 anos. Toda essa história é narrada no livro "A very private school" (Uma escola muito particular, em tradução livre). O livro de memórias foi lançado na terça-feira (12).
Em resposta às falas de Spencer, a instituição de ensino já pediu desculpa e garantiu que, desde os anos 1970, mudou bastante. Alegou que atualmente se destaca pela segurança das crianças. Além disso, em contato com a imprensa britânica, a escola aconselha qualquer pessoa que tenha tido experiências semelhantes a denunciá-las.
O objetivo era deixar os meninos o mais assustados possível. Todo o processo de punição foi ritualístico e bárbaro. Quando um menino perdeu o controle intestinal e da bexiga e teve que se limpar, um dos meus amigos que estava lá como testemunha foi preso e espancado em seu lugar.
Charles Spencer
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.