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'Meu corpo pifou': Tainá Müller relembra burnout durante gravações de série

Tainá Müller, 41, detalhou seus novos passos na carreira, após "Bom dia Verônica", e lembrou a época em que viveu um burnout. Ela agora prepara para gravar "Faro", do canal RTP, em Portugal. A entrevista foi dada ao jornal O Globo.

"Bom Dia Verônica" rendeu papel em Portugal. "Ir para o streaming possibilita estar no mundo todo. Recebi comentários de pessoas de outros países nas redes sociais, há uma movimentação fora do Brasil. Eu mesma administro minha carreira, e a partir da segunda temporada achei importante ter representantes na Europa e nos Estados Unidos. Meu trabalho em Portugal sempre foi muito bem acolhido, desde 'Em família'. Por causa de 'Bom dia, Verônica', recebi o convite para esta série e achei uma ótima oportunidade fazer algo diferente. O diretor, Joaquim Leitão, já ganhou um Globo de Ouro, então, estou curiosa para viver essa aventura."

Segunda temporada da série levou atriz a um burnout. "Durante as gravações da segunda temporada da série (Bom dia Verônica), trabalhava 12 horas por dia, em estado de alerta constante, com cenas tensas. Precisei me isolar porque não podia pegar covid e parar toda a produção. Além disso, havia um caminhão emocional de traumas por causa da pandemia. Ao final das gravações, entrei em cartaz com a peça 'Brilho eterno'.

Ela falou sobre sobrecarga e jornada para se recuperar. "Na mesma época, a funcionária que eu tinha, única rede de apoio para cuidar do Martin, teve que sair. Sem ter com quem deixá-lo, botava ele no carro de pijamas e o deixava na casa de amigas ou mães de amiguinhos. E tudo isso sentindo uma insônia terrível, não conseguia descansar. Meu corpo pifou. Fui diagnosticada com burnout e encarei uma jornada séria para me recuperar. Tentei todas as terapias mais holísticas, acupuntura, meditação, mas só melhorei mesmo quando encontrei a Dra. Rosa Hassan, uma das maiores especialistas em sono do Brasil. Ela ajudou meu corpo a reaprender a dormir."

Proximidade com a família. "Estou em uma fase completamente apaixonada. Casamento tem ondas, superações de crises. Na época da pandemia, tivemos excesso de convivência. E a gente vai se transformando, todo mundo muda, e o sexo acompanha essas fases. Mas perceber que mesmo assim queremos continuar juntos e temos os mesmos objetivos, é muito bom. Dei sorte (em estar com Henrique Sauer, marido há 12 anos), mas ninguém é perfeito. Ele é muito disponível e aberto para conversa e para essa desconstrução. Vejo que, felizmente, estou construindo um casamento que desejo e mereço ter. E ainda encontrar paixão e fogo nisso tudo, é maravilhoso. A gente, como mulher, às vezes se contenta com pouco. Mas dá para ser mais feliz."

Histórico de abusos. "Eu me acolho e me perdoo por não ter identificado esses abusos. Sofri gaslighting quando um namorado terminou comigo de forma fria. Ao começar a namorar outra pessoa, ele espalhou que provavelmente eu já estaria com o novo namorado e, por isso, 'provoquei nele a vontade de terminar'. Depois, a história mudou, e ele disse que eu terminei para ficar com o outro. Essa espécie de difamação resultou em amigos próximos me tratando de forma estranha. É a distorção ridícula da realidade, com consequências sérias. Mas, no geral, vejo a disponibilidade dos homens em escutar mais. Eu e meu marido temos um diálogo maravilhoso. Já o conheci mais desconstruído."

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