Kings of Leon transita entre rock alternativo e pop em show no Lollapalooza
Era para ser o festival do Paramore, a banda liderada pela vocalista Hayley Williams. Mas o grupo teve de cancelar a apresentação em São Paulo e, para substituí-lo, os organizadores do Lollapalooza chamaram às pressas o Kings of Leon, que não tem muito a ver (nem pelo som nem pela demografia de público) com o Paramore.
Paciência, é o que temos para hoje, devem ter pensado alguns fãs que se reuniram para ver o quarteto fechar o palco da cerveja deste sábado no autódromo de Interlagos.
Mas a banda dos três irmãos Followill (e mais um primo), que já veio várias vezes para o Brasil, fez um show decente, em que transitaram entre o rock mais, digamos, alternativo, e um pop feito para cair no gosto de quem adora ouvir um hit numa rádio.
Do primeiro caso, estão faixas como "The Bucket" e a incendiária "Molly's Chambers", que soa tão boa quanto há 20 anos. Elas aparecem logo no começo da apresentação e mostram um Kings of Leon com bastante adrenalina, como se ainda fossem uma banda que está à frente dos movimentos do rock.
Além de conhecidos hits, o Kings of Leon toca coisas novas, como "Mustang", que abriu o show e saiu há pouco. É blueseira, como se fosse feita para ser tocada numa viagem de carro por alguma estrada deserta.
A parte central do show deixou a desejar, com faixas arrastadas, burocráticas.
No terço final, melhorou, quando o Kings of Leon lembrou de quem conheceu a banda por meio de músicas com melodias bem pop. "Use Somebody" e "Sex on Fire" fizeram dançar uma parte do público que, afinal, pode até ter esquecido que ali não estava o Paramore.
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