Rael une no Lolla gerações diferentes do rap paulista: Emicida e Mano Brown
Aos 40 anos, Israel Feliciano, o Rael, pertence a uma geração (Emicida, Don L, Kamau) que seguiu a trilha aberta por Racionais, RZO, Câmbio Negro e outros desbravadores para pavimentar o rap brasileiro como um dos pilares de relevância da música brasileira. Se o rap é grande no país hoje, esses caras são alguns dos responsáveis.
Essa história foi contada, resumidamente, em show de Rael neste domingo, no palco Alternativo do Lollapalooza. Simbolicamente, ele trouxe nomes de duas gerações diferentes do rap paulista: Mano Brown e Emicida, que dispensam apresentações.
Mas não só isso, porque Rael ampliou a diversidade musical, passeando por vários gêneros. E, durante uma hora, Rael mostrou que é um vocalista com muitos recursos. A voz caminha por andamentos mais rápidos, mais lentos, por uma pegada mais pesada ou embalando um tom mais grooveado. O início, por exemplo, foi em clima de reggae, com "Flor de Aruanda" e "Tudo Vai Passar".
Apoiado por banda excelente, Rael solta suas rimas em faixas como "Ela Me Faz" sobre um belo suingue. Teve homenagem a Djavan, com uma versão soul de "Linha do Equador", e a Bob Marley, com "Stir it Up".
Com Emicida no palco, veio a faixa "O Hip Hop É Foda", e ouvindo o flow afiado dos dois, não dá para discordar. E a dupla ainda solta "Levanta e Anda", de Emicida.
Ao chamar Mano Brown, Rael revelou a reverência que tem pelo líder dos Racionais. E foi a hora de "Eu Te Proponho" e a incisiva "Vida Loka parte 1", dos Racionais. Mano Brown no palco é covardia: rima como ninguém e sabe comandar um show.
Com uma banda ótima, o talento de Rael e convidados como esses, não tem jeito: o show foi um dos pontos altos do Lolla.
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