OPINIÃO
SZA traz r&b com muita potência vocal e hits na manga para o Lollapalooza
Claudia Assef
Colaboração para Splash, em São Paulo
24/03/2024 23h35
Com um shortinho jeans e top de lycra com a bandeira do Brasil desses bem fuleiros, SZA chegou ao Lollapalooza Brasil 2024 trazendo seu espetáculo r&b com muita potência vocal, corpo de dançarinos, cenografia (incomum no evento) e hits na manga. A dona de três prêmios Grammy levados para casa em 2024 chegou com a moral nas estrelas.
No backstage, cantoras brasileiras como Tássia Reis, Drik Barbosa e Karol Conká contavam os minutos para vê-la.
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Dançarinos também homenageavam o Brasil no figurino. Praticamente todo o público do Lolla se espremeu para ver "a" cantora do momento. Esse efeito imã tem sido uma constante na carreira de SZA, é só olhar para suas "collabs" mais recentes.
De Doja Cat a Kendrick Lamar, a lista é grande, e a gente sabe o porquê. SZA realmente tem esse borogodó, o tal "je ne sais quoi" que faz de um artista aquele ser magnético de que todo mundo quer tirar um pedaço. No palco, SZA mostrou sua raiz profunda no r&b americano lento, sexy, preto, potente.
Sua ancestralidade estava toda ali no palco com ela. Raízes na música preta de Gloria Gaynor a Diana Ross, misturadas com outras referências confessas de SZA, como Joni Mitchell, conduziram a primeira meia hora de show, mais lenta e soulful.
Subvertendo a hierarquia de músicos homens no palco, na maior parte do tempo esteve em primeiro plano junto com Solana Imani Rowe (verdadeiro nome da cantora) a guitarrista Ari"o"Neal, que também acompanha artistas como Beyoncé e Lizzo, uma guitar hero que ganhou o apelido de Ms. Fender.
O protagonismo da guitarrista valeu a ela um momento solo no palco, arrasando no melhor estilo sex bomb da guitarra.
E teve hits como "Kiss me More", feat com Doja Cat, momento mais festeiro do show, com todo a equipe de dançarinos no palco, e depois um momento quase Britney com facas, quando SZA pegou dois facões e ensaiou uma coreografia, antes de atacar de "Kill Bill", homenagem ao filme de Quentin Tarantino, em que ela fala sobre a vontade de assassinar o ex-namorado.
Apesar do ritmo lento e pesadão, cheio de momentos de solos vocais, o show prendeu a plateia, que terminou ainda mais agarrada ao imã SZA.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL