OPINIÃO
Titãs fazem jus ao nome e promovem verdadeiro encontro de titãs no Lolla
Claudia Assef
Colaboração para Splash, em São Paulo
24/03/2024 00h40
Uma banda com 40 anos de história de hits do rock ao pop funciona como uma caixa-preta para toda uma geração. Foi o que vimos no show dos Titãs no Lollapalooza neste sábado (23). Em 2023, a banda se reuniu depois de 30 anos para 47 apresentações em comemoração aos 40 anos de carreira, e o show do Lolla marcou o último dessa tour — que teve pelo menos metade das datas esgotadas.
A banda formada em 1982 por oito amigos que estudavam no colégio Equipe, uma escola progressista e de classe média alta em São Paulo, de onde saíram muitos outros artistas, voltou a se reunir em sua formação original (exceto pelo guitarrista Marcelo Frommer, morto num atropelamento em 2001) no ano passado para uma série de shows que acabaram gerando um Titãs revival, uma vez que os membros originais não se juntavam no mesmo palco havia três décadas.
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Com Charles Gavin na bateria, Toni Beloto na guitarra e Arnaldo Antunes, Sérgio Brito, Nando Reis, Paulo Miklos e Branco Melo se revezando nos vocais, os Titãs revisitaram sua carreira, escavando hits do punk rock, pop, suas canções acústicas, new wave, MPB.
Foi uma viagem aos arquivos titânicos com duas horas de duração, tempo suficiente para tocarem "Diversão", "Lugar Nenhum", "Desordem", "Tô Cansado", "Igreja", "Homem Primata", "Comida", "Cabeça Dinossauro", "Epitáfio", "Pra Dizer Adeus", "Toda Cor" (com participação da filha de Frommer, Alice), "Família", "É Preciso Saber Viver", "Flores", "Polícia", "Bichos Escrotos", "Marvin".
Músicas que contam histórias individuais e coletivas dos Titãs e que ajudam a contar a história do pop no Brasil.
Pra terminar o show, eles tocaram o primeiro sucesso, "Sonífera Ilha", um ska colorido e saltitante perfeito para embalar a volta pra casa. Foi realmente um encontro de Titãs.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL