Julia Lemmertz diz que pressão estética é maior no Brasil e nega cirurgias
Julia Lemmertz, 61, disse que as atrizes no Brasil são mais cobradas por questões estéticas quando comparadas às artistas na Europa, mas destacou que não se deixa influenciar por essas questões.
O que aconteceu
Atriz refletiu sobre etarismo e disse ver a maturidade como "um ganho, não perda". Em entrevista à Quem, ela destacou ser natural as mudanças ocorridas no corpo com a passagem do tempo e que deseja poder envelhecer de maneira lúcida.
Posso viver até os 80 anos e, se tiver a sorte e a dádiva de chegar aos 90, queria estar lúcida, com energia. Porque o vigor, a força, o tônus, a musculatura não são mais o mesmo. O corpo gasta. Por mais que você se cuide, durma bem, faça coisas para prolongar [a juventude] acaba que é inevitável. É lutar contra algo que é uma batalha perdida.
-- Julia Lemmertz
Lemmertz disse que não quer "tentar frear o que é infreável", ou seja, as questões estéticas e afirmou não se afetar pelo etarismo. "Eu entendo que exista o etarismo, mas eu não visto esta camisa 'sou uma senhora de 60 anos'. Vivi 60 anos, tenho muita energia; as pessoas falam 'olha você me parece sua idade'. O que isso quer dizer? Eu quero parecer a pessoa que eu sou, com a vivência que eu tenho e não necessariamente tenho que ter cabelo branco para isso. Eu não me deixo ser cobrada, eu não caio nesta arapuca".
Atriz também negou que se deixe guiar por essas pressões e que recorra a tratamentos estéticos para frear as mudanças físicas. "No Brasil ainda é pior porque temos este culto à juventude, à beleza. Na Europa, as atrizes envelhecem e ok. Você entende que a vida passa e que a maturidade é um ganho, não uma perda. Óbvio que você perde músculo, cabelo, mas ganhou o que construiu, viveu e passou, a sua vida mesmo. Por que você vai querer se livrar disso para parecer uma pessoa que não é?"
Claro que você faz um trabalho em HD e pensa 'Nossa Senhora, estou acabada'. Mas isto é um pensamento fugaz, coisa que dá e passa. Não vou correndo no dermatologista, 'vamos fazer uma intervenção cirúrgica'. Isso não está em mim. Entendo quem faz, talvez se tivesse coragem fizesse, talvez eu seja meio cagona. Mas a opção ao envelhecimento é não estar aqui e morrer jovem. Nunca lidei com a beleza como carro-chefe. Sou uma atriz; posso ser bonita, posso ser jovem. Fiquei muito feliz de fazer a Ana porque é uma mulher da minha idade, com questões de mulheres da minha idade, uma mulher real, com meu corpo de 60 anos.
— Julia Lemmertz
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