Show do OnlyOneOf acolhe público LGBTQIA+ em noite de K-pop em São Paulo
O grupo OnlyOneOf desembarcou em terras brasileiras pela segunda vez nesta quinta-feira (4). Eles já passaram por aqui em 2023, com a "OnlyOneOf Grand America Tour". O show de hoje aconteceu no Studio Stage, em São Paulo, dessa vez com a turnê mundial "Things I Can't Say Love dOpamine".
Uma das grandes características do grupo é a inclinação para a comunidade LGBTQIA+, algo raro no universo do K-pop. Isso reflete diretamente no público que eles cativam. Na fila, bandeiras da comunidade tomavam as ruas da Lapa, e o público vê no show do OnlyOneOf um refúgio para quem pertence a ela.
"Eles foram uma parte muito importante do meu descobrimento enquanto LGBTQIA+", contou Joana Lisboa, 18, em conversa com Splash. Elu acompanha a banda há cerca de dois anos e se identifica como uma pessoa não-binária e bissexual. "Foi muito legal ver o que eu sou representado na televisão, e saber que eles falam abertamente sobre o assunto. São muito corajosos."
No palco, a falta de apego com costumes conservadores é visível. Assim como outros grupos de K-pop, eles se jogam nas coreografias, mas não se apegam ao que pode ser visto como tabu. Se tocam, se abraçam, deitam em cima uns dos outros de forma natural. O resultado são gritos estridentes da plateia.
Fã do grupo antes mesmo deles debutarem, Isabela Musa, 21, está em seu segundo show do OnlyOneOf. Para ela, esse é um espaço de conforto, principalmente quando se faz parte da comunidade LGBTQIA+. Ela é assexual. "A gente consegue encontrar um apoio neles, algo muito genuíno". Mesmo que eles, de fato, sejam heterossexuais, ela defende que ter essa representatividade é importante.
As amigas Nezumi Frigo, 27, e Gisele Souza, 24, acompanham o grupo desde 2021 e também estavam no show do grupo pelo segundo ano consecutivo. Antes mesmo de entrar no espaço da apresentação, elas já estavam em clima de ansiedade. Elas são fãs de K-pop de maneira geral, e definem o grupo como uma novidade no gênero.
"Não é algo comum de se ver. É uma inclusão imensa que eles fazem nesse quesito, porque é algo que a gente não vê. E quando vê, tem um sentimento de acolhimento", conta Nezumi. Elu é uma pessoa não-binária, e faz questão de comparecer aos shows do grupo como forma de demonstrar não somente apoio à carreira deles, mas também à bandeira que levantam. "A gente está mostrando para eles que tudo isso importa", complementa Gisele, pansexual.
A palavra acolhimento entre os fãs é unânime. E foi expressada durante as duas horas de show do OnlyOneOf em terras paulistas. O público, apesar de pequeno, acompanhou do começo ao fim. "A gente recebe apoio das pessoas que estão ao nosso redor, mas ver que o nosso ídolo também defende a nossa bandeira tem um peso muito grande", conclui Gisele.
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