Ziraldo é enterrado em cemitério no Rio com a presença de familiares
O corpo de Ziraldo foi enterrado na tarde deste domingo (7) no Cemitério São João Batista, em Botafogo, no Rio. O cartunista morreu na tarde de ontem, aos 91 anos. A informação foi confirmada a Splash por familiares.
A filha de Ziraldo, Daniela Thomas, disse que ele teve falência múltipla de órgãos, mas a nota oficial da assessoria do artista fala em causas naturais. "Ele simplesmente parou de respirar. Já eram seis anos acamado, e começou ultimamente a ficar com muita fraqueza, ter muita febre".
O velório de Ziraldo aconteceu hoje, a partir das 10h, no MAM - Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
"Ele teve um AVC faz um tempo e já estava com a saúde frágil, estava bem fraquinho", disse Cecília, cunhada de Ziraldo, casada com Zelio, irmão do cartunista, a Splash. "Ele estava em casa e faleceu agora de tarde, pouco depois das duas da tarde".
Ziraldo teve um AVC em 2018, quando ficou internado em estado grave e teve alta após um mês. Depois disso, deixou os holofotes, mas teve de desmentir uma fake news de sua morte em 2019. Ele também teve um infarto leve em 2013, quando estava na Alemanha.
Vida e Obra
Ziraldo nasceu em Caratinga (MG), em 24 de outubro de 1932.
Começou sua carreira em 1954, na "Folha da Manhã" (hoje, Folha de São Paulo), com uma coluna de humor. Se formou em Direito, em 1957, na Faculdade de Direito de Minas Gerais.
Casou-se em 1958, com Vilma Gontijo, com quem teve três filhos.
Ziraldo começou a ganhar fama nacional com os trabalhos na revista O Cruzeiro e Jornal do Brasil.
Lançou em 1960 a revista em quadrinhos "Turma do Pererê", a primeira história em quadrinhos a cores produzida no Brasil. A obra também foi o primeiro gibi brasileiro feito por um só autor.
A história foi cancelada após o início da ditadura militar, voltando nos anos 70.
Lançou em 1980 sua obra mais famosa, "O Menino Maluquinho".
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Quero receber"O Menino Maluquinho", seu maior sucesso, já vendeu mais de 4,1 milhões de exemplares. Com mais de 200 livros publicados, Ziraldo tem diversos outros best-sellers, como "Uma Professora Muito Maluquinha", "Menina Nina", "O Bichinho da Maçã" e "O Planeta Lilás."
O cartunista foi homenageado em 2018 na CCXP, evento de cultura pop que acontece em São Paulo, no Artist's Alley, o espaço dedicado a quadrinistas e ilustradores.
Atuação política
Durante o regime militar, Ziraldo foi um dos fundadores do "O Pasquim", que fazia oposição ao regime.
Ele foi preso e levado para o Forte de Copabacana um dia após a promulgação do AI-5.
Em setembro de 2018, Ziraldo foi internado no Hospital Pró-Cardíaco no Rio de Janeiro após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Seu estado de saúde, na ocasião, era considerado grave.
Em outubro, ele recebeu alta da instituição e, três dias depois, ele já aparecia na web, em um vídeo no qual pedia voto para Fernando Haddad (PT), nas eleições presidenciais.
Em 2005 ele se filiou ao recém-criado Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e desenhou o logo da agremiação.
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