A brasileira que fez teste via Zoom para filme que chegou a Cannes
Colaboração para Splash, em São Paulo
25/04/2024 04h00
Carol Duarte volta aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (25) com "La Chimera", filme aclamado no ano passado em Cannes, onde concorreu à Palma de Ouro.
No longa, a paulista é Italia, uma personagem misteriosa e "difícil de entender" até mesmo para a atriz e a diretora. Ela vive o par romântico de Arthur (Josh O'Connor), um ladrão de artefatos arqueológicos na Toscana, com quem vive uma aventura mitológica.
A atriz explicou que Hélène Louvart, a diretora de fotografia do filme "A Vida Invisível" — pelo qual Carol também foi a Cannes em 2019 — foi a responsável por "fazer a ponte" entre ela e a diretora do novo longa, Alice Rohrwacher. "Alice me propôs um teste por Zoom, porque ela estava na Itália e eu aqui no Brasil, no fim do ano. Ela perguntou se eu falava italiano, eu disse que falava um pouco", diz. "Foi um teste longo, me lembro de que eu me esforcei muito."
A atriz também lembra de outro momento inusitado de sua entrevista: disputando o papel de uma estudante de canto lírico, ela foi questionada sobre conhecer alguma ópera italiana - o que negou. "Eu cantei uma música e, no fim das contas, passei. Foi super rápido: depois de dez dias, já estava na Itália. Na época havia a covid, então fiquei um tempo na quarentena e por isso eu e Alice demoramos para nos conhecer."
Carol, inclusive, não poupa elogios à diretora, a qual descreve como "muito autoral" e reconhecida mundialmente. "Para mim, foi um susto. Foi aos poucos que as pessoas foram sabendo [da minha participação em um filme dela]; o grande anúncio foi mesmo quando o filme entrou para o Festival de Cannes."
Para a atriz, um dos grandes feitos da diretora foi justamente conseguir juntar pessoas de "muitos mundos". Ela explica que, apesar do elenco ser majoritariamente italiano, grande parte dos envolvidos não são, de fato, atores — e há britânicos no meio, além dela, que representa o Brasil. "Tem uma pluralidade super interessante. Mas deu jogo entre todas as pessoas [...] Eram muitas línguas juntas, às vezes um não entendia outro, mas foi super afetivo."
Universal e capaz de se conectar com o público brasileiro, o filme é "cinema com C maiúsculo", conclui Carol. "Eu nunca imaginei ou planejei fazer um filme fora do Brasil. Foi acontecendo e eu fiquei muito feliz."
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