Menos rock, mas igualmente midiático, Sebastian Bach faz show no Summer
A carinha de modelo e o cabelo que poderia estampar campanhas de óleo de argan foram o cartão de visitas do vocalista Sebastian Bach para a fama nos anos 1980. Mas não era só isso. Além dessa "embalagem", que já serviria como um belo empurrão no mundo do showbusiness, Bach era dono de uma voz potente e uma atitude rock'n'roll que transcendia os palcos.
Afastado da banda desde 1996 e trazendo novo trabalho solo na bagagem, Bach se apresenta nesta sexta-feira (26), no Summer Breeze, festival que leva ao Memorial da América Latina, em São Paulo, uma seleção de bandas de metal e punk, entre sexta e domingo (28). Além de Bach se apresentam Gene Simmons Band, Mr. Big, Dr. Sin, Anthrax, Ratos de Porão, entre outros.
Hair Metal
O ano era 1986 quando a banda Skid Row se formou em New Jersey, estado vizinho de Nova York, EUA. No auge das bandas de "hair metal", como Mötley Crüe, Twisted Sister e Poison, uma alcunha que era quase um bullying e servia para classificar grupos de metaleiros cabeludos que, sim, se importavam com as madeixas, o Skid Row até podia parecer mais um na multidão, mas, não.
Fosse pela potência "audiovisual" de Sebastian Bach ou pelas músicas que juntavam metal bem tocado e letras românticas, o Skid Row já nasceu tão galopante quanto os agudos de Bach, emplacando seu álbum de estreia, homônimo, no primeiro lugar da Billboard.
"Esse, para mim, foi o legado do Skid Row", resume o vocalista em entrevista a Splash, referindo-se ao posto de número um nos charts. A preguiça para falar sobre o Skid Row tem motivo; Bach foi demitido da banda após brigar com quase todos os integrantes.
"Não gosto de pensar muito naquela época", diz, ainda, Bach, aquele rock star que reúne um dos maiores números de barracos com músicos na história do metal. Fama conquistada logo de cara, com hits flamejantes como "18 and Life" e "I Remember You", a persona de Bach foi se bifurcando em dois extremos; enquanto, de um lado, ele decorava paredes de adolescentes em pôsteres pelo mundo afora, de outro, ia colecionando desafetos nos backstages da vida.
Felizmente hoje não existe mais motivo para brigar. O nome da banda é Sebastian Bach, então, se tiver um argumento com o Sebastian Bach, eu apenas atiro nele. É a minha banda, cara. Se alguém quiser brigar comigo, tchau. Até mais. Essa é a minha banda. Não há democracia na minha banda Sebastian Bach
Ele vem ao Brasil com um novo disco solo embaixo do braço. Com o sugestivo nome de "Child Within the Man" (algo como "a criança dentro do homem"), o álbum chega às plataformas dia 10 de maio. "Eu amo minha banda e colaboro com eles, mas, se o disco é assinado por Sebastian Bach, sou eu quem tem que responder, promover e viver com ele pelo resto da minha vida. E eu estou tão feliz com esse álbum, não consigo nem te dizer", compartilha.
Pergunto sobre a atitude rock'n'roll, que também ajudou a criar a aura de bad boy em torno de Bach. "É um mundo diferente, não estamos nos anos 1980. Quando eu subo no palco agora, eu tento não ficar louco, porque todo mundo está filmando no celular e vão postar tudo. Infelizmente, não sei se o público percebe isso, mas isso muda o rock and roll. Quando você tem isso acontecendo em cada show, muda a vibe. Ainda assim, eu adoro o palco, mas você tem que perceber que você está filmando um vídeo para o mundo todo", diz, um, agora, muito consciente roqueiro.
Isso me faz não querer pular ou correr, ou ficar sem respiração. É uma vibração totalmente diferente. Mas, tudo bem, cara. Esse é o mundo em que vivemos, então vamos nos divertir
Capa do céu
"Não consigo lançar nada que eu não sinta de verdade. Quando ouço uma música como 'Hold On To The Dream' [novo single], eu sei que aquilo é bom! Eu fico arrepiado e quero compartilhar com o público. Quando ouço algo tão bom assim, eu choro. Por exemplo, a capa desse disco que vamos lançar agora foi criada em 1978 pelo meu pai, a partir de um desenho dele que estava guardado num depósito por décadas. Eu e minha família estamos chapados de amor com essa possibilidade de trazer essa arte do meu pai à vida. É uma capa que veio do céu, literalmente", relata, referindo-se ao pai, o pintor David Bierk, falecido em 2002.
Bierk também assinou a capa de "Slave to The Grind", segundo disco do Skid Row, lançado em 1991, e dos solo de Bach "Bring'em Bach Alive" (1999) e "Angel Down" (2007).
O vídeo do novo single ultrapassou 2 milhões de visualizações e Bach comemora. "Esse número na minha época significava um álbum de platina, cara. Isso sim é uma realização foda, pra mim mais importante do que qualquer coisa que eu tenha feito com o Skid Row", compara.
As declarações midiáticas e os shows não são a única fonte de holofotes para Bach. Desde o início dos anos 2000, ele mantém um relacionamento relativamente sério com programas de TV (ele fez o roqueiro Gil em "Gilmore Girls", entre 2003 e 2007) e musicais da Broadway, como "Jekyll & Hide" (2000) e "Rocky Horror Show" (2001). Mais recentemente, ele abriu uma frente em reality shows e fez sucesso como um dos cantores mascarados em "The Masked Singer", em 2003.
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Então, se você é fã, ajude também o vocalista a manter seu cartão de crédito - e seu ego - em dia, comprando ingressos para o show desta sexta.
SUMMER BREEZE OPEN AIR BRASIL 2024
Data: sexta-feira, 26 de abril de 2024
Abertura: 10h
Endereço: Memorial da América Latina (Av. Mário de Andrade, 664 - Barra Funda - São Paulo, SP)
Classificação etária: 16 anos
Ingressos
Venda on-line: https://www.clubedoingresso.com/evento/summerbreeze2024
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