Heavy metal mesmo é o trabalho de quem faz o Summer Breeze acontecer
Em meio à emoção de assistir ao show de sua banda favorita, a euforia de encontrar os amigos, a bebida e o calor de rachar, quase ninguém presta atenção no trabalho do staff que faz um festival de metal do porte do Summer Breeze acontecer.
São seguranças, auxiliares de limpeza, bombeiros, paramédicos, produtores, atendentes dos estandes de comida que muitas vezes não fazem parte do universo do rock e nem mesmo curtem o gênero. E aí é rock pesado na cabeça quase 10 horas por dia, é calor, é aglomeração, desrespeito e muito mais. A vida do trabalhador em festivais não é fácil.
Mas para Ingrid Raquel, 26, vendedora de batatas assadas, o que seria um perrengue acaba se tornando uma grande aventura: "Estou acostumada a trabalhar em festivais. Para mim é bem legal, gosto de agitação, de conhecer pessoas diferentes, às vezes até de fora do país."
Quando questionada sobre qual seria a pior parte de trabalhar atendendo um público que muitas vezes é afobado, ela mostrou uma calma fora do comum, talvez imprescindível para o exercício da profissão.
Ah, eu não ligo para aglomerações nem para gente estressada, a pior parte talvez seja só o calor mesmo. Ingrid Raquel
Já para Thaís Emanuele Lima, 33, segurança, o trabalho exige muito mais responsabilidade e não é nada fácil. "São muitas informações que precisamos guardar para poder repassar para o público e é preciso estar atento o tempo todo. Decoramos o mapa do local, todas as saídas de emergência, banheiros, toda a grade de shows, horários, tudo", disse.
Sobre as ocorrências graves, Thaís contou que há sete anos trabalhando como segurança nunca pegou nenhum episódio violento, nem brigas, nem porte de armas: "As únicas ocorrências recorrentes são posse de drogas que aí precisamos confiscar." Quando perguntamos que tipo de música Thaís gosta, ela riu.
Não gosto de rock, não. Gosto de samba, pagode, forró. Mas é muito interessante e divertido observar o público que gosta de rock que vem caracterizado. Thaís Emanuele
Sobre a pior coisa de ser segurança de festival, ela foi categórica: "Ah, a pior coisa é o desacato e o desrespeito. Sempre tem um ou outro que quer botar banca e enfrentar, ainda mais quando a segurança é mulher. Essa, com certeza, é a pior parte."
Agora, um dos trabalhos pesados que merecem o respeito do público, são os das equipes que limpeza. Patrícia Souza da Silva, 41, auxiliar de limpeza, contou já ter trabalhado em evento de todo tipo: "Esse daqui até que o povo tá bem-comportado."
Eu acho muito divertido, a gente vê umas figuras muito engraçadas, aprende muita coisa, tem contato com pessoas que não fazem parte do nosso dia a dia nem da minha classe social, são de culturas diferentes, eu acho isso bem legal e interessante. Patrícia Souza da Silva
Sobre conviver quase o dia inteiro com a barulheira do rock na cabeça, Patrícia disse que nem é a pior parte: "Eu acho engraçado, isso sim. Como esse povo gosta desse barulho, não dá nem para entender as letras! E todo mundo de preto nesse calor, meu Deus do céu!"
Quando questionada sobre qual gênero de música gostava, ela contou ser um bem diferente: "Gosto de gospel, bem mais calminho."
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Data: sábado, 27 de abril de 2024
Abertura: 10h
Endereço: Memorial da América Latina (Av. Mário de Andrade, 664 - Barra Funda - São Paulo, SP)
Classificação etária: 16 anos
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Venda on-line: https://www.clubedoingresso.com/evento/summerbreeze2024
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