'Bebê Rena': novo hit da Netflix é a série que você deveria assistir
"Bebê Rena" estreou em 11 de abril na Netflix sem muito alarde. Duas semanas depois, a série criada, roteirizada e protagonizada por Richard Gadd se tornou a mais vista da plataforma.
A produção é inspirada na peça homônima criada por Gadd e apresentada pela primeira vez no Festival Fringe de Edimburgo, em 2019. A história é baseada em eventos reais, mas o autor trocou os nomes dos personagens para evitar criar um elo entre realidade e ficção.
Qual é a história de "Bebê Rena"?
A trama é centrada em Donny Dunn (Richard Gadd), um bartender de Londres que sonha em se tornar um comediante. Ele faz uma série de shows em suas horas vagas, mas sua apresentação é considerada um fracasso.
A vida de Donny muda quando ele conhece Martha (Jessica Gunning), uma jovem que entra no bar sem dinheiro para pagar um chá. Com pena da moça, ele oferece a bebida de graça e inicia uma conversa para confortá-la.
A conversa dá início a um calvário na vida de Donny. Martha começa a visitá-lo no trabalho todos os dias, e o que parecia apenas uma amizade normal torna-se obsessão. Ao pesquisar o nome da moça na internet, ele descobre que Martha é uma stalker condenada e acusada de perseguir inúmeras pessoas.
Engana-se quem pensa que "Bebê Rena" é apenas mais uma série true crime. Ao abordar a obsessão de Martha e suas consequências no psicológico de Donny, Richard Gadd faz um estudo de personagem sobre como traumas do passado envolvendo abuso sexual e manipulação podem afetar a mente humana de alguém em frangalhos.
Gadd reforçou que sua obra não tem a intenção de "demonizar" Martha. A série faz uma reflexão sobre como pessoas traumatizadas podem encontrar uma conexão através de uma relação quase tóxica, ultrapassando os limites do aceitável para encontrar algum tipo de conforto em mundo nada confortável.
Não há heróis ou vilões em "Bebê Rena". Martha pode ser uma stalker, mas o texto de Gadd deixa claro que Donny, apesar do terror da perseguição, nunca se coloca como vítima —ou, talvez, não no sentido literal da palavra. O resultado é uma obra surpreendente, daquelas que fazem o espectador sentir angústia e aflição, mas sem a capacidade de tirar os olhos da tela.
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