Cazuza, Renato Russo: quem são as vítimas da Aids homenageadas por Madonna

Madonna, 65, emocionou o público com uma belíssima homenagem às vítimas da Aids durante o show de encerramento da Celebration Tour, neste sábado (4), nas areias de Copacabana, no Rio de Janeiro.

O que aconteceu

Voz ativa e poderosa na luta contra o HIV, Madonna homenageou as vítimas da Aids no segundo ato de seu espetáculo. No palco, a cantora cobriu simbolicamente com um pano preto um bailarino deitado no chão, seguido pelos versos de "Live to Tell", entoados com ela deitada e em pé sobre um banco.

Ao fundo, no telão, diversos rostos foram exibidos. Alguns conhecidos, outros anônimos, as imagens são de pessoas que morreram em decorrência da Aids, a exemplo de Freddie Mercury, vocalista do Queen.

Mas o grande destaque da noite foi a homenagem aos brasileiros vitimados pela doença. Rostos importantes da cultura nacional, como Cazuza, Renato Russo e Caio Fernando Abreu emocionaram o público em Copacabana e também de quem assistia ao vivo pela TV. Ainda foram exibidas as imagens do cineasta Leon Hirzman e os atores Wagner Bello e Mauro Gonçalves, além do sociólogo e ativista Betinho.

Imagens multiplicavam-se no telão em diferentes escalas. Ao final, os rostos foram substituídos pela mensagem "em memória de todas as luzes brilhantes que perdemos para a Aids".

Histórico de ativismo contra o HIV

Desde o surgimento do HIV na década de 1980, Madonna tem sido uma aliada no enfrentamento ao vírus. A cantora emprestou sua voz e sua imagem para disseminar informações sobre a doença, para combater o preconceito e o estigma.

Madonna perdeu amigos para a doença. Em 1986, o melhor amigo da diva, Martin Burgoyne, morreu aos 23 anos. Os dois moravam juntos e ele foi o responsável por gerenciar a primeira turnê da cantora. A artista também viu seu primeiro professor de dança, Christopher Flynn, sucumbir ao vírus.

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Na canção "In This Life", Madonna lamentou a morte de Burgoyne e homenageou o amigo. "Sentada num banco do parque / Pensando em um amigo meu / Ele tinha apenas 23 anos / Se foi antes de ter aproveitado [...] Ele era como um pai para mim / Não havia nada no mundo que ele não fizesse / Me ensinou a respeitar a mim mesma / Disse que todos nós somos feitos de carne e sangue / Por que ele deveria ser tratado de maneira diferente? Não deveria importar quem você escolhe amar".

O mundo vivenciava uma crise de saúde pública global, marcada pela desinformação, quando Madonna incluiu uma cartilha sobre Aids dentro de seu álbum, "Like a Prayer". A rainha do pop destacou que a doença não fazia distinção de gênero ou orientação sexual, em um período no qual o vírus era associado aos gays pelos médicos e a imprensa.

A AIDS é uma doença com as mesmas oportunidades. Afeta homens, mulheres e crianças, sem distinção de raça, idade ou orientação sexual. A AIDS é causada por um vírus chamado HIV. Até o momento, não há dados conclusivos para explicar como a AIDS começou ou de onde veio. Pessoas com AIDS - independentemente de sua orientação sexual - merecem compaixão e apoio, não violência e intolerância.

Você pode contrair a AIDS fazendo sexo vaginal ou anal com um parceiro infectado
Você pode contrair AIDS compartilhando agulhas de drogas com uma pessoa infectada
Você pode contrair a AIDS se nascer de uma mãe infectada

O simples ato de colocar uma camisinha pode salvar sua vida, se ela for usada corretamente e toda vez que fizer sexo.

AIDS não é uma festa.

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— Madonna na cartilha de 'Like a Prayer'

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