Atriz de 'No Rancho Fundo' celebra visibilidade trans: 'É revolucionário'

Sergipana e afro-indígena, Isis Broken está no ar em "No Rancho Fundo" (Globo), em sua primeira novela, como Corina Castello - uma mulher forte, com potência e um pouco trambiqueira.

Isis celebra a experiência de representar uma 'mulher e ponto final'. "Sendo um corpo trans, para mim é extremamente revolucionário, ainda mais pelo arco principal da personagem não é ser trans. A Corina, ela é real e futurista. Eu como uma mulher trans só quero ser respeitada como uma mulher"

Representatividade nordestina. "Sergipe é realmente rico em cultura. A gente está vendo a arte da periferia, das favelas e do Alto Sertão. Muito se falou em hackear os espaços, mas a gente não vai apenas hackear, a gente vai permanecer".

"Eu, particularmente, sendo uma pessoa trans, uma mulher trans, afro-indígena, sergipana, mãe progenitora, às vezes, preciso me adaptar aos lugares. Eu preciso saber entrar, saber sair, porque isso é uma construção de futuro, inclusive, né? E é o futuro que eu quero para o meu filhe", afirma.

Isis Broken é mãe de Apolo, de dois anos, e conta a luta que teve no SUS (Sistema Único de Saúde) para o acompanhamento da gestação de seu marido, um homem trans. "A gente tem que salvar o SUS, mas a gente também tem que falar como o SUS é extremamente transfóbico".

A atriz conta que o marido não pode abrir uma consulta com um ginecologista por conta da transfobia burocrática. "A gente fez todo o nosso pré-natal e o parto pelo SUS, porque queríamos trazer essa abertura mesmo e mostrar que estamos vendo que está tendo um novo momento"

Splash procurou a Secretaria Estadual de Saúde de Sergipe sobre o assunto, mas ainda não recebeu retorno. O espaço segue aberto.

Experiência na música para televisão. "Por causa do meu sotaque, se o meu próximo papel em uma próxima novela for uma carioca, por exemplo, eu vou usar a minha eu cantora para poder ouvir, já que o canto é mais sobre ouvir do que até cantar e conseguir verbalizar".

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