Vanessa da Mata relembra processo de adoção: 'Que legislação é essa?'
Vanessa da Mata, 48, relembrou processo de adoção no Brasil após celebrar Dia das Mães.
O que aconteceu
A cantora celebrou os 15 anos da adoção de Felipe, de 22, Micael, 20, e Bianca, 19. "Hoje faz 15 anos que eu me tornei mãe de trigêmeos, simbolicamente e totalmente, porque chegaram três irmãos no meu coração juntos, no Dia das Mães", disse no Instagram.
"O que é que eu posso dizer disso? Dentre os desafios da adoção, dentre as delícias da adoção, é o amor da adoção, a transformação que gera nas crianças, nos pais. Esse reconciliar de mundos, esse se encontrar no outro, essa simbiose que acontece e que a sensação que dá é que você não tem mais um buraco. Vanessa da Mata
A cantora pontuou as dificuldades e burocracias da adoção no Brasil. "Eu uso esse dia para falar aqui das falhas da adoção no Brasil. A quantidade de negligência da adoção no Brasil, que usa a coisa de proteger as crianças e entra numa burocracia infernal. E essa criança acaba se vendo crescendo nos abrigos até ter uma idade onde as pessoas não se interessam mais por ela."
A artista também reclamou da falta de cuidado nos abrigos. "As crianças maiores abusam das menores. São pouquíssimas pessoas que têm um abrigo que realmente fazem um trabalho maravilhoso e essas são lindas de viver. Mas os abrigos em geral são um caos pra essas crianças. Elas não são preparadas pra sair aos 18 anos, elas vão pra rua"
Vanessa ainda revelou que foi desencorajada após a adoção. "Quando os meus filhos chegaram, uma professora da escola veio conversar comigo dizendo que era para eu ter muito cuidado. Essas histórias que sempre tem alguém tentando tirar a gente de um propósito, né? Que eu tava completamente apaixonada pelos meus filhos."
Por fim, ela deixou seu protesto e ressaltou que isso não acontece em todos os abrigos. "Quem ganha por criança dentro dos abrigos? Qual é a desculpa pra manter essas crianças dentro dos abrigos? Que legislação é essa que produz muito mais gente querendo adotar do que crianças nos abrigos? E elas não saem dos abrigos", e continuou: "Lembrando que não estou falando de todos os abrigos. Não generalizar é importante porque tem muitos abrigos não institucionalizados que são muito sérios, um amor profundo pelas crianças, uma ética enorme, elas podem ser adotadas, que elas ensinam para a criança o que é amor".
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