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Saiba como está o Mascarado de 'A Viagem', trinta anos após a novela

Breno Moroni, 70, que interpretou o Mascarado em "A Viagem" há trinta anos e está de volta no Canal Viva, contou, em entrevista ao jornal O Globo, que até hoje recebe mensagens de fãs nas redes por conta do papel.

O que aconteceu

Boas lembranças: "A lembrança da novela é muito boa. Ela trouxe uma mensagem de transformação para os telespectadores. Quase todo dia alguém manda mensagem para mim falando: 'Ah, você que foi o Adonay, o Mascarado. Gostei muito do seu trabalho'".

Breno ainda disse que mudaria algumas coisas no personagem: "O sentimento de um ator normal é sempre de 'Poxa, eu podia fazer melhor'. Depois que fiz a novela "A Viagem" fui dirigir uma companhia de atores surdos no Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES), no Rio, e aprendi Libras. E aí eu vi que eu poderia ter usado isso também dentro da composição do personagem".

O ator garante que o fato de ter passado a maior parte da trama de máscara não o incomodou: "Eu sou formado em teatro e a gente sempre tem o hábito de se caracterizar. Você nunca entra no palco como em um stand-up. Isso faz com que a gente seja desconhecido. Então com o Adonay aconteceu a mesma coisa. Você faz um personagem e depois não é reconhecido na rua. Isso é até bom. Porque eu conheço alguns atores de televisão que têm sempre a mesma cara".

Famoso 'desconhecido': "Mudam o penteado um pouco, mudam os figurinos, mas mantém sempre o mesmo tom de voz e gestos. Às vezes isso é muito chato. Você vai num restaurante, jantar e alguém te para no meio do bife para pedir um autógrafo ou tirar uma foto. E a coisa de ser um famoso desconhecido é muito legal. É como se você fosse o super-homem. Você tem uma identidade secreta. Isso ajuda muito também no trabalho da humildade. Você não busca a fama como ator, você busca a fama da sua personagem. Foi o que aconteceu com o Adonay, que me trouxe o ensinamento de que eu não preciso ser famoso, eu preciso ser importante".

Longe da televisão: "Gostaria de fazer novela de novo, só não gostaria de morar no Rio de novo. Mas, ao mesmo tempo eu vou suprindo essa necessidade fazendo as minhas coisas. Eu tenho uma qualidade de vida aqui, apesar de não ter a fama e a grana que eu teria se eu estivesse no Rio. Nunca parei de trabalhar. Faço bastante cinema e teatro. Em cada lugar eu tenho que me adaptar ao mercado. Eu conheço mais de 30 países, sempre estudando ou trabalhando. E aí agora estou aqui em Campo Grande, mas daqui a pouco eu também já vou para outro lado, quando surgir uma oportunidade boa de trabalho".

Vivendo de arte: "Tem uns altos e baixos. Às vezes eu fico até meio sem grana. Durante a pandemia, por exemplo, foi muito difícil. Eu nunca fui rico. Houve momentos em que fui bem remunerado. Mas ser ator é como um camelô. Nós somos autônomos, às vezes tem e às vezes não tem".

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