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C6 Fest ganha dimensão de festa com Jaloo e Gaby Amarantos juntas no palco

Deu muito certo a ideia de um show de Jaloo apresentando Gaby Amarantos como convidada. As duas têm muita coisa em comum. Vieram da cena paraense que ganhou força na década passada, tiveram boa repercussão entre o público (Gaby com muito mais destaque) e fazem um pop atraente e sem rótulos. São artistas com o perfil certo para um evento como o C6 Fest, que busca música difícil de classificar.

As duas já se cruzaram antes em palcos e estúdios. Em seu segundo álbum, "ft. (part. 1)", de 2019, Jaloo recebeu Gaby para unir vozes na faixa "Q.S.A.". A visita foi retribuída no segundo álbum de Gaby, "Purakê" (2021), na canção "Tchau". Na apresentação no Ibirapuera, elas contemplaram as parcerias, que ajudaram a fazer um show cativante.

Pena que a Tenda Metlife ainda não estava cheia no meio da tarde. É o tipo de show que certamente ganharia ainda mais combustível com a maior multidão possível.

A plateia misturou curiosos, que estavam ali atraídos por outras atrações do segundo dia do festival, mas o fã-clube paraense marcou presença, com muita gente cantando junto verso a verso. O coro em "Say Goodbye" foi emocionante.

Jaloo no C6 Fest, em São Paulo
Jaloo no C6 Fest, em São Paulo Imagem: Micaela Wernicke/UOL

O repertório contemplou bastante as canções de "MAU', terceiro álbum de Jaloo, lançado no ano passado, quatro anos depois de "ft. (part. 1)". Ouvir as canções ao vivo causou a mesma impressão inevitável que o álbum provoca: inquietação. Porque há uma alternância de convites à pista de dança com momentos mais dedicados a criar uma ambientação sonora um pouco mais tranquila. Só um pouco, é verdade.

Jaloo mistura sons regionais assimilados em sua infância no Pará com música urbana Internacional. O resultado é um pop dançante e elegante, mas carregado de sensualidade. Mulher trans, imprime em suas letras a defesa da causa LGBTQIA+ em letras que tendem a frases curtas e contundentes.

Mesmo nos momentos mais agitados de sua performance, aparece em Jaloo uma coisa contida, até enigmática, que influi bastante no jogo de comunicação com seu público.

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Gaby Amarantos no C6 Fest, em São Paulo
Gaby Amarantos no C6 Fest, em São Paulo Imagem: Micaela Wernicke/UOL

Por isso, quando Gabi Amarantos sobe ao palco, o que se vê é uma distensão sonora. Tudo fica mais vibrante, animado, porque ela sempre teve essa expressão explosiva em seus shows. Isso acaba funcionando para levar Jaloo a momentos mais expansivos e descontraídos. O show, que já estava muito bom, ganha uma dimensão de festa. E acaba com uma versão empolgante de "Ocitocina".

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Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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