Público aprova Virada Cultural na zona sul: 'Descentraliza e ajuda a todos'
A Virada Cultural da Solidariedade chamou atenção pelo orçamento de R$ 60 milhões, mas a população parece não se incomodar tanto com o valor. Na frente da arena Capela do Socorro, na zona sul de São Paulo, uma estrutura com atividades infantis e ambulantes na Praça Nicolau Aranha Pacheco aquecia a expectativa para os shows musicais, que iniciam às 17h.
O que aconteceu
Na programação para a arena, estão confirmadas apresentações de Roberta Miranda, Michel Teló, A Dama, entre outros. Quem veio para ver a Rainha da Canção Sertaneja foi a aposentada Elisabete d Silva, 64. "Ela é muito romântica e minha vitrola estragou, precisava vir assistir ela", começou.
Sobre o valor orçamentário do evento, não há críticas. "É importante trazer para o bairro aqui, não tem esse tipo de ação. O centro já tem bastante, e aqui tem menos e a classe não é tão evoluída, então precisa ter algo assim sempre", comenta Elisabete.
Para o administrador Daniel Costa, 58, a opinião é semelhante, mas seria melhor dosar o investimento. "É muito dinheiro, mas pra esse nível de shows, se quer agradar, tem que ser gente com nome. Assim o povo vem."
O analista financeiro Marcio de Andrade é casado com a administradora Gabriela Palmieri, ambos de 40, que trouxeram a filha Melissa, de 8. Segundo eles, o dinheiro poderia ser mais investido em saúde, mas vale, sim, o evento trazer grandes nomes: "Circula a economia e se fosse banda de bairro, acho que o pessoal não viria", analisou Daniel.
Eu ajudaria, com um pouco desse dinheiro, para o Rio Grande do Sul, fora que estamos em uma epidemia de dengue, é preciso atenção do estado. Gabriela Palmieri
Vendas
O comerciante Pedro Santos, 46, estava ali na praça vendendo pipocas e doces para as famílias. Com mais de 15 anos trabalhando com comércio ambulante, ele vê o lado positivo e necessário da Virada Cultural.
"Tem o lado da comunidade, tinha que ter cuidados com saúde, mas a gente também precisa celebrar. Olha quantos empregos são gerados aqui", explicou ele, apontando para uma mulher que fazia pinturas nos rostos das crianças e outros infláveis.
"É muito dinheiro, mas tem os dois lados. E agora a gente precisa do lado cultural para a economia girar", finalizou.
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