C6 Fest: Ame ou odeie, Paris Texas ao vivo é simplesmente inesquecível
Esquisito, sujo, sofisticado, pop. Tudo é muito contraditório quando se trata de Paris Texas. A dupla norte-americana formada por Louie Pastel e Felix, amigos de faculdade, tem um pé no rock, no jazz, no punk e na música eletrônica mais extrema.
Seu rap é corrosivo e agressivo, como uma banda de punk com base de jungle, o pai do drum'n'bass. Uma viagem que muda de ritmo e curso a cada música.
Os acordes soam dissonantes como um solo de baixo de Sid Vicious. É rap punk para novas formas de pogo. Para se ter uma ideia do clima, "Everyone Is Safe Until..." , um dos hits da dupla, que se apresentou com um DJ que também cantava e pulava sem parar, é uma música tensa que fala sobre uma tentativa de assassinato do cantor.
Anunciada como uma música "for the ladies", "Girls Like Drugs" fala do vício das mulheres por marcas de luxo, com direito a muitos "bitch".
Paris Texas entregou uma massa grossa recheada de Childish Gambino, Beastie Boys, Sex Pistols e Prodigy. Um show afrontoso e pesado, tão indigesto quanto necessário.
Escalar uma atração forte como Paris Texas para abrir os trabalhos do palco Arena Heineken deu certo. O público chegou no horário e não arredou pé - mesmo tendo outra atração de peso, a banda Squid, no palco vizinho.
Que coisa estranha e maravilhosa foi esse show. Paris Texas, assim como o filme que inspirou o nome do duo, não veio ao mundo para passar batido. Ame ou odeie, ao vivo é simplesmente inesquecível.
O show de pouco menos de uma hora encerrou com uma vigorosa roda de pogo, iniciada por Felix e o DJ da dupla. Trouxe aquela energia "macha" que faz bem pra pele. Um dos melhores shows do festival até aqui.
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