OPINIÃO
Herdeiro legítimo do pós-punk, fúria do Squid explode em êxtase no C6 Fest
Thiago Ney
Colaboração para Splash, em São Paulo
19/05/2024 16h55Atualizada em 19/05/2024 17h11
Um show furioso, elétrico e divertido. Assim foi a passagem do Squid pelo C6 Fest, na tarde deste domingo (19), em São Paulo.
As guitarras são altas, há um teclado para dar um charme, e uma bateria que martela o ritmo das músicas cantadas por Ollie Judge (também baterista).
É um tipo de música que pode não agradar quem procura canções melódicas, mas é um rock criativo, ousado e surpreendente.
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Squid é um legítimo herdeiro do pós-punk popularizado por nomes como Gang of Four, Wire e Killing Joke, e que hoje ganha nova vida através de bandas como Idles, Fontaines DC e Parquet Courts.
A apresentação é baseada no segundo disco, "O Monolith" (2023). "Swing (In a Dream)" dá o início e resume bem como são construídas boa parte das músicas da banda, com uma tensão rítmica que vai crescendo aos poucos.
Já "If You Had Seen the Bull's Swimming Attempts You Would Have Stayed Away" mostra um Squid mais livre, desconstruindo padrões e se aproximando da experimentação de bandas como Sonic Youth.
As melodias são intrincadas, se desenrolam por caminhos nada óbvios. Às vezes, parece que estamos em um show de free jazz. Ou um free rock-jazz.
O show permanece com a energia lá em cima, até a ótima parte final, com "Paddling", "Pamphlets" e "The Blades", em que a fúria sonora do Squid explode em êxtase.
** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL