Banda inglesa Bring Me The Horizon fará no Brasil seu 1º show em um estádio
Quando promotores brasileiros sugeriram que o Bring Me The Horizon se apresentasse em um estádio, Oliver Sykes achou a ideia ridícula. Pensou que venderiam, se muito, 5.000 ingressos e passariam vergonha.
"Eu sei que temos muitos fãs no Brasil, consigo sentir isso, mas, ao mesmo tempo, no nosso último show aqui (em 2022, no Vibra São Paulo), tocamos para 4.000l pessoas. Então, o próximo passo seria para 40 mil pessoas, quer dizer, qual a chance?", disse o vocalista, em entrevista a Splash.
Mas a empreitada foi adiante e, para alegria (e certo desespero) do músico britânico, 30 mil ingressos para o Allianz Parque, em São Paulo, foram vendidos em menos de uma semana. Ou seja, no primeiro espetáculo de grande porte de sua história, o grupo terá casa cheia.
"Nunca tocamos num estádio e vamos fazer isso pela primeira vez no Brasil, que é onde eu moro. Tipo, depois do show eu vou voltar pra minha casa, é simplesmente incrível", comemora Oliver. O músico britânico casou-se em 2017 com a modelo brasileira Alissa Salls e mudou-se para Taubaté, interior de São Paulo, cidade natal da amada. Gostou tanto da experiência de "ser brasileiro" que acabou comprando uma casa no litoral norte paulista, onde vai para surfar sempre que pode.
"Eu estou quase me sentindo totalmente brasileiro", comenta. "Tenho uma conta no Mercado Livre, um número de CPF, mandioca é um dos meus pratos favoritos e como arroz com feijão diariamente."
DO METALCORE AO INFINITO E ALÉM
O maior evento da carreira do BMTH coincide com os 20 anos de carreira do grupo, formado em 2004 em Sheffield, Inglaterra. De lá pra cá, a banda manteve-se muito pouco fiel a sua proposta original, expandindo o metalcore dos primeiros discos, como "Count Your Blessings" (2006) e "Suicide Season" (2008), para outros subgêneros do metal e até outros estilos musicais.
"There Is a Hell?" (2010), por exemplo, trouxe elementos de industrial e eletrônico. O álbum seguinte, "Sempiternal" (2013), botou o BMTH no mainstream ao misturar nu metal e trilha de filmes com seu primeiro hit, "Can You Feel My Heart". Já em "Amo" (2019), o grupo flertou mais forte com o pop rock e a música eletrônica, entregando um trabalho que dividiu fãs e crítica.
Essa vontade (e coragem) de estar em constante mutação tornou a banda de Sykes, Lee Malia (guitarra), Matt Kean (baixo) e Matt Nicholls (bateria) um ponto fora da curva na cena do rock pesado. Afinal, estavam construindo pontes entre gêneros e públicos de fora do cenário do metal, um verdadeiro sacrilégio para o meio.
"Costumávamos tocar com bandas de metal mais tradicionais e o público delas viravam as costas para nós, jogavam coisas em nós. O mundo do rock e do metal, às vezes, pode ser bem excludente", comenta Sykes.
BASE DE FÃS COMPROMETIDA
Mas, se o núcleo duro do metal fez cara feia para o BMTH, a crítica e o público abraçaram a banda. Nos últimos anos, o quarteto foi convidado para tocar em alguns dos maiores festivais de música do mundo, foi indicado a dois Grammy, cinco NME Awards e faturou um BRIT Awards. Sua base de fãs também só aumenta, a ponto de lotar um estádio com meses de antecedência.
Para o vocalista, ser fiel à sua verdade artística acaba sendo a maior força do BMTH: "Olho para trás e sou muito grato por termos assumido todos esses riscos e essas mudanças. Acho que tivemos que lutar para provar que nunca vamos nos vender e os fãs apreciam e respeitam isso". E completa: "Podemos fazer um show com o Ed Sheeran e ninguém se importa. Há dez anos isso provavelmente teria sido o fim da banda, mas hoje elas adoram e se perguntam 'o que será que vem a seguir?'".
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Quero receberNo que depender de Sykes, só o tempo dirá.
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