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Taís Araujo celebra em Cannes: 'A mulher no poder ajuda a transformar'

A atriz brasileira Tais Araujo chega para a exibição do filme "La Plus Precieuse des Marchandises" no 77º Festival de Cannes Imagem: Valery Hache/AFP

Natália Eiras

Colaboração para Splash de Cannes, na França

24/05/2024 18h08

É a quinta vez que Taís Araujo participa do Festival de Cannes, mas ela ainda não consegue 'fingir' costume. A atriz fica empolgada em encontrar colegas como Viola Davis (atriz que já visitou sua casa e que teve a cortesia correspondida) e Helen Mirren e se empolga em ver mais mulheres ganhando espaço em cargos de comando no cinema.

A atriz brasileira está no evento para participar do Prêmio L'Oréal Paris Lights on Women's Worth, cuja cerimônia acontece nesta sexta-feira (24).

A premiação, promovida pela marca de beleza, celebra o trabalho de uma diretora promissora da seleção de curta-metragens do Festival de Cannes. A recompensa inclui uma doação de 20 mil euros para ajudar no ecossistema de produções comandadas por mulheres.

A mulher no poder, com a caneta na mão, ajuda a transformar. O olhar feminino muda bastante as coisas, porque mexe na vida de todos em volta. Ela nunca olha só para ela, mas para a sociedade em volta dela. Este é o poder de uma mulher quando ela tem o poder. Taís Araujo

Ela descreve o evento, criado em 2021 para combater a iniquidade de gênero nas produções cinematográficas, como uma 'celebração do gênero', já que o jantar é repleto de mulheres que trocam experiências e ideias sobre o mercado de audiovisual. "Estamos vivendo um momento de transformação. Cada mulher está mudando a história e recontando a história. E quando fazemos isso, nós fortalecemos outras mulheres, outras meninas. É muito estimulante viver em um tempo desses", afirmou a artista.

Em Cannes, Taís Araujo participa de premiação para combater a iniquidade de gênero Imagem: Divulgação/ L?Oréal

Novos projetos

Atriz desde a adolescência, a própria Taís não pensa em ser diretora, mas pretende seguir no papel de diretora-executiva. "Fico empolgada com a possibilidade de escolher as histórias que pretendo contar, das profissionais que posso ajudar a colocar os projetos em pé", contou.

Este apoio pode mudar profundamente toda a produção audiovisual. "Dá para ver nitidamente quando um filme é dirigido ou produzido por um homem, por uma pessoa branca. A gente fica 'hum, não?'".

Por isso que as produções sul-coreanas têm feito tanto sucesso, porque elas trazem novos pontos de vistas, que vão além daquela que estamos acostumados.

Nas telonas

Em dezembro deste ano, Taís Araujo volta ao cinema em "O Auto da Compadecida 2". Nessa continuação da história de João Grilo e Chicó, a atriz assumiu o papel de Nossa Senhora, antes feito por Fernanda Montenegro. E foi sugestão da atriz veterana. "Ela não podia fazer por conta da agenda dela e opinou que achava que, nessa versão, a Nossa Senhora deveria ser negra", comentou.

O projeto foi bastante especial para a artista porque foi como voltar para a casa de vários amigos. "Sou muito próxima do Matheus Nachtergaele desde 'Da Cor do Pecado', uma novela que me marcou bastante. Então foi muito gostoso estar trabalhando com ele novamente", diz com os olhos lacrimejando. "Normalmente eu termino um projeto e só quero tirar o figurino, mas, no caso da Nossa Senhora, eu não queria tirar o manto, não."

*A repórter viajou a convite da L'Oréal Paris

Em Cannes, Taís Araujo participa de premiação Imagem: Divulgação/ L?Oréal

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