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K-pop: Alienígenas cheias de hits, aespa brilha em 'Armageddon'

aespa em foto do disco "Armageddon" Imagem: twitter oficial do grupo

Camila Monteiro

Colaboração para Splash de Pelotas/RS

28/05/2024 12h00

Quando procuramos pelo significado de "Armageddon", encontramos algumas definições bíblicas e a simplificação de tudo em: batalha final entre o bem e o mal. Também encontramos uma série de referências ao famoso filme de 1998 com Bruce Willis, mas essa escolha de título para o novo disco das aespa faz ainda mais sentido depois de ouvirmos todas as faixas do primeiro full álbum do grupo.

Supernova já é um hit

Antes mesmo de lançar o disco na última segunda-feira (27), o grupo lançou o pré-single "Supernova" duas semanas antes e a música foi um sucesso instantâneo. Atual #1 em praticamente todos os streamings e charts sul-coreanos, a música foi uma escolha muito acertada para abrir essa Era.

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Escrita por Kenzie (falarei mais da produtora que entrega muitos hits) e produzida por DEM JOINTZ, a música é a cara do grupo; desconstruída, esquisita, com momentos feitos para as vocalistas brilharem e com batidas que ficam na cabeça.

Além de ser genuinamente boa, a música ainda conta com um MV divertido, com toques de humor que humanizam e aproximam um grupo que desde o seu debut é muito conectado ao conceito de membros feitos via AI (inteligência artificial), as naevis, que explicam o lore (história) do grupo. Verdade seja dita, quase ninguém entende o objetivo de tudo aquilo, inclusive as próprias integrantes e provavelmente nem a SM. Por isso "Supernova" é um acerto ainda maior. Elas são alienígenas com poderes, mas também são engraçadas e atrapalhadas.

Mulheres dominando as produções e letras do disco

Outro ponto interessante na construção de "Armageddon" é perceber a presença cada vez maior de mulheres produtoras e letristas nos créditos das músicas. O disco possui dez faixas e pouco mais de trinta minutos de duração. Nele temos duas produtoras que já são bem estabelecidas na indústria: a sul-coreana Kenzie e a sueca Moa Anna (Cazzi Opeia).

Kenzie já trabalha para a SM há mais de duas décadas, tendo créditos inclusive em música das S.E.S (primeira geração do k-pop). A mão dela já produziu hits para praticamente todos os grupos da empresa e, mais uma vez, ela brilha em "Supernova".

Já Cazzi Opeia, trabalhou anteriormente com o grupo no disco "Drama", lançado ano passado na faixa "Hot air baloon", além de ter créditos em muitos singles de grupos bem sucedidos como BTS, TXT, TWICE, Stray Kids, NCT Dream e ENHYPEN.

O disco ainda tem outras duas letristas sul-coreanas por trás do excelente single principal "Armageddon", como é o caso de Ejae e SUMIN. Além delas, minGtion (nome de trabalho de Kim Minji), que já escreveu e produziu faixas para Red Velvet, EXO e LOONA, está presente na faixa que fecha o disco, "Melody".

O álbum combina faixas escritas e produzidas por mulheres com faixas produzidas por músicos escandinavos (espeficiamente noruegueses e suecos), já conhecidos por serem "berço da música pop".

Visuais e vocais de luxo

Aespa desde o debut chamou atenção pelos visuais, mas as quatro integrantes parecem ter atingido seus respectivos potenciais tanto artísticos quanto estéticos nessa nova fase. Karina, Winter, Giselle e Ningning brilham em looks que poderiam estar em filmes de ficção científica com budget altíssimo.

E é possível entender o conceito "batalha entre bem e mal", com as diferentes fotografias conceituais que foram divulgadas; em algumas elas parecem donas de planetas jamais vistos anteriormente, em outras elas parecem um grupo de amigas indo fazer compras num shopping local.

O disco também está dividido dessa forma. Começa com uma sequência arrasadora e bastante jeito "aespa" de ser e aos poucos vai migrando para algo mais pé no chão, músicas que parecem se encaixar em playlists mais suaves e feitas para rádio. E isso é uma forma interessante de mostrar a versatilidade das quatro integrantes do grupo. Elas não são apenas bonitas, elas tem gogó e demonstram isso no disco.

O merchandising inteligente (e útil)

Além de toda parte visual, muito bem feita e divulgada, a SM também acertou muito no merchandising do grupo para esse primeiro disco completo. Todas as versões do álbum são muito bonitas e desejadas pelos mys (o nome do fandom do grupo).

Entretanto, o buzz ficou todo em cima da versão CD Player que teve um lançamento limitado. Nessa versão, o álbum vem junto com um toca discos, tem várias skins para trocar e bluetooth. Esgotado em todos os sites, a versão estava custando 105 dólares, o que dá cerca de 500 reais para nós brasileiros.

O crescimento da aespa nesse comeback chama atenção pela qualidade de todas as etapas, desde produção, composição, passando pela fotografia e distribuição. Assim, as integrantes são capazes de mostrar suas respectivas habilidades e brilharem cada vez mais, incomodando muitos CEOs por aí.

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