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R&Bahia: Melly, revelação no Prêmio Multishow, lança 1º álbum, 'Amaríssima'

A cantora baiana Melly, que lança seu primeiro álbum, 'Amaríssima' Imagem: João Arraes/Divulgação

Juliana Gonçalves

Colaboração para Splash, no Rio

29/05/2024 04h00

Com o seu primeiro álbum "Amaríssima" em todas as plataformas digitais pela Som Livre nesta terça-feira (28), a cantora baiana Melly dá mais um passo importante na realização dos seus sonhos.

Reconhecida como revelação 2023 no Prêmio Multishow e nome já carimbado em festivais, como Afropunk, Nômade, Rock the Mountain, MECA e MITA, Melly celebra agora o lançamento que ela enxerga como a expressão do seu jeito superlativo de ser.

A Splash, Melly — que tem apenas 22 anos, mas canta desde os seis — definiu o trabalho como um retrato do seu amadurecimento enquanto artista. Após o sucesso do EP "Azul", em 2021, "Amaríssima" chega falando sobre um aprendizado que traduz tudo o que ela se tornou.

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Eu estou realizando sonhos, não sei por que, mas a vida tem me agraciado bastante e eu só tenho a agradecer. Hoje eu me enxergo muito mais confiante no que eu faço e eu acredito muito mais na minha música. Melly

O álbum, que levou aproximadamente um ano e meio para ser produzido, tem todas as composições e produções realizadas pela própria cantora. "Amaríssima traz o fundamento de que precisamos viver certas dores para ganhar experiência. Fala sobre saudade, amor, ansiedade, tudo que tange o amargo, explica

Nas 12 faixas de "Amaríssima", Melly impõe seu jeito de fazer música, com composições que narram acontecimentos da sua vida e traz influências da música baiana e de R&B — o que ela chama de R&Bahia.

Eu considero que eu faço um pop, mas o meu tipo de pop. Acho que o pop acabou engessado no que seria feito só no Rio de Janeiro e São Paulo. Eu quero mostrar que a gente é diverso, que o Brasil é diverso e a gente precisa de uma escuta diversa. Eu falo em R&Bahia pelas minhas referências. Eu tenho muita pesquisa de soul e música preta nacional e internacional. Essa referência internacional me levou pro R&B e a nacional me traz para a Bahia com muito do que se faz aqui e do que é ancestral. Melly

A cantora Melly, que chama seu som de R&Bahia Imagem: João Arraes/Divulgação

Essa mistura é nítida em faixas com a batida do pagodão baiano, como "Falar de Amor" e "Derreter & Suar". Além do samba reggae da Bahia em "Cacau" — música que fala de chuva e que ganha esse nome porque, quando chove, o baiano fala que "caí cacau".

O álbum foi todo produzido no estúdio de Russo Passapusso, vocalista do Baiana System, com quem ela divide a faixa Rio Vermelho.

"Russo foi um grande parceiro na totalidade do disco. Ele foi meu conselheiro, meu ouvinte, dando opiniões e botando fé. Fiz Rio Vermelho durante a pandemia. Russo gostou da música e compôs outra parte por cima. As coisas foram fluindo", conta.

Outra artista que a cantora sempre admirou, que se tornou amiga e divide vocais com Melly no álbum é Liniker. "Ela foi uma alma parecida com a minha que encontrei no mundo. A gente tem muita afinidade. A nossa poesia se conversa. Um dia eu queria fazer um desabafo e postei uma música e Liniker me respondeu cantando uma composição dela em cima da melodia que eu tinha feito. Assim nasceu 10 minutos."

Melly produziu e escreveu as faixas de seu álbum de estreia, 'Amaríssima' Imagem: João Arraes/Divulgação

Apesar do tom doce e divertido, a primeira música de trabalho do álbum, "Bandida", que foi lançada em novembro do ano passado, fala de como um relacionamento não deve ser.

"Na época, eu queria já lançar uma dica do que estaria por vir. E bandida fala de algo que não é muito confortável. Fala de toxicidade. E agora ela vem junto com o álbum como a sexta faixa do disco."

A ordem das faixas no álbum foram pensadas para criar uma narrativa. Essa história também acabou gerando um filme dirigido por Edvaldo Raw.

"Depois que eu terminei o trabalho sonoro, encontrei outros parceiros. A Som Livre acreditou muito no trabalho e acabamos por construir um filme sobre o Amarrissíma. O Edvaldo foi bastante incisivo no roteiro e conseguiu transmitir muito bem o que o disco queria dizer e sentir. Falando de amor e afeto da maneira que eu vejo, que eu acredito. Também de crescer e evoluir. A gente conseguiu criar uma história e colocar o disco como trilha."

Assista ao filme abaixo:

Com "Amaríssima" na praça, Melly planeja agora a turnê do álbum para o segundo semestre deste ano e já é presença confirmada no Afropunk Bahia 2024 — festival que divulgou suas atrações também nesta terça (28). Enquanto as datas de shows não são divulgadas, é possível ouvir Melly em todas as plataformas digitais.

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