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Quinze anos após acidente, documentário reconstrói tragédia do voo 447

A queda do voo 447, que iria do Rio de Janeiro a Paris, mudou a história da aviação. Em documentário da Globoplay, famílias das vítimas relatam suas histórias de luto enquanto tragédia é reconstruída.

Foi muito impactante ver como essas famílias, quinze anos depois, ainda vivem isso, ainda tentam de alguma forma, muitas vezes até ressignificar tudo isso e tudo que passaram.
Clarissa Cavalcanti, produtora executiva de 'Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447', a Splash

'Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447'

Voo AF447 da Air France caiu em 31 de maio de 2009. Avião decolou do Aeroporto Galeão e sumiu algumas horas depois, próximo ao arquipélago de Fernando de Noronha. Havia 228 pessoas a bordo, sendo 59 brasileiros.

Documentário "Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447" reconstitui ponto a ponto do acidente. Em quatro episódios, traz a investigação da queda do avião, o drama das famílias destroçadas pela tragédia e o que mudou na história da aviação após o desastre.

Produção relata como cadeia de acontecimentos e falhas levou avião a mergulhar no mar. Equipe gravou na França, Estados Unidos e Brasil por três meses. Entrevistaram técnicos que participaram das investigações, especialistas em aviação, jornalistas que cobriram o caso e parentes das vítimas.

Ouvimos dirigentes do BEA, que é o centro de investigações de acidentes aéreos francês, representantes da empresa que localizou as caixas-pretas nos Estados Unidos, o irmão do piloto e pessoas que ainda vivem o luto. São os personagens que conduzem a narrativa.
Clarissa Cavalcanti

'Marco de segurança aérea'

Acidente mudou para sempre a segurança na aviação mundial. O relatório final recomendou 41 mudanças em protocolos de segurança, de pilotagem e de controle aéreo.

Acidente foi um marco importante em segurança aérea. Existe um antes e depois dele. Transformou principalmente o treinamento dos pilotos e a questão do Pitot. Hoje há uma segurança maior para voar.
Clarissa Cavalcanti

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Falha nos tubos de Pitot foi uma das causas do acidente. Durante as investigações, o relatório final do BEA concluiu que houve obstrução das sondas de velocidade do instrumento que mede a velocidade do ar, que foram entupidos por cristais de gelo, e que os pilotos não detectaram a perda de sustentação da aeronave.

Caixas pretas

Produção retrata de forma inédita a busca pelas caixas pretas. "Quando a investigação passou a ser da França, o Brasil parou de acompanhar o caso. Então preenchemos um vazio que não tinha sido preenchido na imprensa brasileira", explica o roteirista Gabriel Mitani a Splash.

Descrições das caixas-pretas foram recontadas em artes 3D. Conversas de dentro da cabine do avião foram encontradas quase dois anos após acidente, com auxílio de empresas americanas com submarinos especializados para a busca.

Acho que isso é um dos méritos do documentário. Em outros especiais sobre o acidente, as caixas pretas não foram tão exploradas, porque foi realmente achar uma agulha no palheiro. Muito difícil de achar.
Clarissa Cavalcanti

Air France e Airbus não quiseram se pronunciar no documentário. Empresas foram acusadas por homicídio culposo em 2011, mas foram absolvidas durante o julgamento, em 2022. "Insistimos, principalmente com a Airbus, que chegamos a ter uma negociação maior, mas no final eles declinaram e não quiseram gravar a entrevista", revela Clarissa.

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Série estreia quando acidente completa 15 anos, na próxima sexta-feira (31), no Globoplay. O documentário tem direção de Rafael Norton, produção executiva de Clarissa Cavalcanti e roteiro de Andrey Frasson e Gabriel Mitani.

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