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Carmo Dalla Vechia sobre falar de sexualidade: 'Eu iria me aceitar melhor'

Carmo Dalla Vacchia Imagem: Reprodução/YouTube

Colaboração para Splash, em São Paulo

30/05/2024 16h54

Carmo Dalla Vechia, 52, em entrevista à Quem:

Falar abertamente sobre sexualidade. "Percebi que eu poderia diminuir o meu próprio preconceito falando do assunto. Eu iria me aceitar melhor. Acho muito estranho quando escuto 'não tenho preconceito' ou 'não sou homofóbico'. Eu mesmo não sei se eu não sou ainda porque cresci com as pessoas falando que eu era um sujeito errado. Quando alguém que não é gay vem me dizer que não tem preconceito eu arregalo o olho, "Ah é? Você tem certeza?"

Muita coisa aconteceu até eu chegar neste lugar: idade, muito tempo de psicanálise, pandemia, morte de pessoas queridas e um entendimento maior sobre como o meu exemplo poderia trazer felicidade, alívio e pertencimento a outras pessoas. Carmo Dalla Vechia

Trabalhos sobre a temática. "Tem gente que trabalha com tantas, mas tantas metáforas e acha que não importa que o público não entenda. Então, acho lindo encontrar pessoas que queiram contar uma história que chegue ao entendimento das pessoas que estão sentadas na plateia. Isso é raro."

Não se preocupar com a aparência. "Esses dias eu recebi uma mensagem assim: "Por que você está tão feio? Estou falando isso porque gosto de você e te acho tão bonito". Eu respondo: "A beleza está nos olhos de quem vê e vai se f*der. (risos)"."

Liberdade para compartilhar sua rotina. "Não só por causa das redes sociais, mas depois de eu ter decidido "agora eu vou falar". Talvez essa compreensão tenha feito com que eu quisesse muito falar sobre esse assunto. Mas entendo o quanto isso é difícil para algumas pessoas e, mais do que isso, o quanto esse momento de cada pessoa deve ser respeitado."

Só a pessoa sabe da dor, dificuldade e do preconceito que sofreu para ter motivos para não querer sair do armário. Cada pessoa tem o seu tempo. Carmo Dalla Vechia

Ser referência. "Quando resolvi falar sobre a minha orientação sexual, muitas mães vieram me agradecer. Tem gente que me para nas ruas e fala, "obrigado, graças a você eu tive coragem de falar sobre a minha orientação sexual com os meus pais e me deu o exemplo que pode ser legal se abrir". Eu tinha essa intenção também quando resolvi falar."

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