Conteúdo publicado há 6 meses

Voo 447: dublagem com inteligência artificial é criticada pelo público

A Globoplay escolheu dublar "Rio-Paris: A Tragédia do Voo 447" usando Inteligência Artificial. O aviso sobre a narração está no início da série documental, que tem quatro episódios.

Mas a opção por trocar dubladores profissionais pela tecnologia teve uma repercussão negativa nas redes sociais, em que muitos espectadores questionaram a depreciação da classe profissional e a qualidade ruim da dublagem artificial.

Entenda mais

"Tragédia do voo 447" foi lançada na Globoplay na sexta (31) e retrata o acidente com o voo da Air France. O documentário foi lançado exatamente 15 anos depois da tragédia, que deixou 228 mortos. O documentário tem quatro episódios e está disponível na Globoplay.

A produção foi gravada na França, Estados Unidos e Brasil por três meses. No início dos episódios, é exibido o aviso de que entrevistas concedidas em outras línguas foram dubladas com Inteligência Artificial.

A versão em português das entrevistas concedidas em língua estrangeira para este documentário foi feita a partir da voz dos próprios entrevistados, com o uso de inteligência artificial, respeitando-se todos os direitos e leis aplicáveis. O conteúdo das dublagens é fiel às entrevistas originais. Os entrevistados que não aceitaram a dublagem foram legendados."

Nas redes sociais, espectadores questionaram a ausência da "dublagem viva" e a qualidade das vozes feitas por IA.

Continua após a publicidade

O uso de IA na dublagem ainda não é regulamentado no Brasil. O movimento "Dublagem Viva", que reúne profissionais do setor, luta pela criação de regras no uso da tecnologia,

A série entrevistou técnicos que participaram das investigações, especialistas em aviação, jornalistas que cobriram o caso e parentes das vítimas. Ela traz a investigação da queda do avião, o drama das famílias destroçadas pela tragédia e o que mudou na história da aviação após o desastre.

Em nota a Splash, a Globo afirmou que "realizou testes e desenvolveu soluções internas que estão em experimentação e uso" antes de dublar produções com o uso de Inteligência Artificial, afirmando que esse processo acontece "sempre de forma ética, com transparência, buscando a qualidade e respeitando a questão dos direitos."

"Foi o que aconteceu, por exemplo, em Rio-Paris: cumprimos o compromisso assumido com algumas empresas de dublagem de não utilizar as vozes de seus dubladores através de processos de IA ou para o treinamento de IA", completa a comunicação da emissora.

A reportagem também tenta contato com o Sindicato dos Artistas e Técnicos do Rio (Sated-RJ) — um dos que representam os dubladores no país — para pedir posicionamento. Se houver retorno, a matéria será atualizada.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.